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BCI
quarta-feira, 22 março 2023 06:47

PRM diz que ONGs, líderes partidários e a mídia juntaram-se a jovens manifestantes para promover violência

prm Fernando Tsucana min

Intervenções policiais para impedir a entrada de jovens no cortejo fúnebre do "rapper" Azagaia na terça-feira, 14 de março, e procissões pacíficas em sua homenagem nas capitais provinciais no sábado (18 de março) foram necessárias para prevenir a violência, disse ontem o Vice-Comandante Geral da Polícia, Fernando Tsucana.

 

Ele explicou que "nas redes sociais surgiram várias cartas a convocar a marcha [de 18 de Março] supostamente em homenagem ao músico. Os organizadores e/ou promotores destes eventos não eram músicos, mas indivíduos ligados a partidos políticos, Organizações da Sociedade Civil.A Polícia da República de Moçambique, constatando a existência de fortes indícios de transição de manifestação pacífica para violenta, decidiu tomar medidas preventivas de polícia."

 

Ele "observou com grande preocupação que a liderança dos manifestantes eram figuras com ligações políticas e Organizações da Sociedade Civil" que nomeou como activistas Quiteria Guirengane e Fatima Mimbire e líderes de partidos da oposição, nomeadamente Venâncio Mondlane, Manuel de Araújo, Augusto Pelembe e Alberto Carige.

 

Tsucana disse que "no canal A Tua TV houve recorrentes apelos de assalto à Presidência da República com a intenção de levar a cabo um Golpe de Estado e consequente mudança da governação de Moçambique, usando o slogan 'Povo no Poder', assim contrariando o princípio do Estado Democrático de Direito que preconiza a eleição do Presidente da República por sufrágio universal."

 

“Povo no Poder” é o título do "rap" mais famoso de Azagaia. A polícia nunca gostou desse "rap" e em 2008 a Procuradoria-Geral da República (PGR) intimou Azagaia para interrogatório porque o “Povo no Poder” estaria supostamente fomentando tumultos.

 

A TV Sucesso, um dos canais de TV mais assistidos, teve uma série de debates sobre revoltas populares, observou Tsucana.

 

O uso da força foi "proporcional" e necessário para "dispersar as massas", disse. Tsucana não mencionou que os edis das principais cidades onde houve marchas autorizaram várias das procissões de homenagem que foram atacadas pela polícia. Acrescentou que 36 pessoas foram detidas (20 em Maputo, 3 em Nampula, 7 em Chimoio e 6 na Beira) e 14 ficaram feridas, das quais uma continua hospitalizada. (Carta)

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