Num comunicado divulgado na última noite, a Fitch Ratings precisa que normalmente não atribui 'outlooks' aos soberanos com uma classificação de 'CCC+' ou inferior.
A Fitch Ratings atribuiu a notação de 'CCC+' à emissão de moeda estrangeira de longo prazo (Issuer Default Rating, IDR) de Moçambique, foi anunciado. Num comunicado divulgado na última noite, a Fitch Ratings precisa que normalmente não atribui 'outlooks' aos soberanos com uma classificação de 'CCC+' ou inferior. A classificação dada a Moçambique corresponde ao sétimo nível de "lixo", ou seja, investimento considerado especulativo.
Entre os fatores que podem, individual ou coletivamente, levar a uma ação/graduação de classificação negativa, a Fitch destaca no âmbito das finanças públicas, o "aumento da probabilidade de um evento de incumprimento ou uma reestruturação do instrumento de mercado soberano".
"Uma deterioração sustentada das opções de financiamento, por exemplo, devido à saturação do mercado doméstico de obrigações do Estado ou à redução da capacidade de acesso a fontes de financiamento externas e/ou um aumento substancial do rácio dívida pública/PIB (Produto Interno Bruto), por exemplo, como resultado do aumento dos défices fiscais" é outro dos fatores no âmbito das finanças públicas que pode levar a a uma deterioração do 'rating', adianta a Fitch
Em relação às finanças externas, a Fitch aponta como fator para uma deterioração da notação "um declínio significativo nas reservas internacionais".
Entre os fatores positivos que podem, individual ou coletivamente, levar a uma ação/atribuição de rating positiva, no âmbito das finanças públicas, a Fitch refere "um declínio substancial no rácio dívida pública/PIB, por exemplo, como resultado de uma redução sustentada do défice orçamental ou de decisões judiciais favoráveis às obrigações das empresas públicas moçambicanas em matéria de dívida".
A Fitch também refere como fator positivo que pode melhorar o 'rating' de Moçambique em termos macroeconómicos uma "maior confiança nas perspetivas de crescimento a médio prazo, através da entrada em funcionamento atempada dos megaprojectos de GNL (Gás Natural Liquefeito) e em termos estruturais "uma forte melhoria na gestão das finanças públicas". (Carta)