O Programa Alimentar Mundial (PMA) das Nações Unidas anunciou sexta-feira que suspende, a partir de Fevereiro, a ajuda alimentar às pessoas deslocadas por ataques terroristas e às suas comunidades de acolhimento no norte de Moçambique.
O PMA diz tomar esta medida porque ficou sem dinheiro para prestar assistência humanitária a mais de um milhão de pessoas afectadas pelo terrorismo, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula. Actualmente, o PMA só tem dinheiro para garantir a ajuda alimentar a estes beneficiários até ao final de Janeiro.
A representante do PMA em Moçambique, Antonella d'Aprile, deu esta informação sexta-feira durante uma visita aos armazéns da organização em Maputo, efectuada pela embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
No entanto, a suspensão da ajuda alimentar pode ser apenas temporária. D'Aprile disse a repórteres que a ajuda do PMA pode ser retomada em março, com o apoio dos Estados Unidos. Para isso seriam necessários 2,5 milhões de dólares – o suficiente para garantir a ajuda alimentar por mais seis meses.
“Temos de suspender a ajuda alimentar em fevereiro”, disse. “Mas vamos retomar as operações em março. Também estamos a aumentar os esforços para desenhar programas mais sustentáveis e mais vinculados ao desenvolvimento”.
D'Aprile disse que, para evitar impactos ainda maiores nas famílias beneficiadas, “estamos a fazer uma campanha de conscientização com todas as comunidades e líderes comunitários para que entendam que os alimentos que serão distribuídos em janeiro também terão que cobrir algumas das necessidades de fevereiro.
A visita de Thomas-Greenfield, acrescentou ela, ampliou as perspectivas de arrecadar mais fundos para os deslocados e as comunidades anfitriãs. Mas o dinheiro não deve vir de apenas um doador, disse D'Aprile. “Temos que atrair mais”. (AIM)