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quinta-feira, 15 dezembro 2022 08:12

Ambiente de negócios esteve estagnado em 2022 – diz CTA

O ambiente de negócios, em Moçambique, esteve estagnado em 2022. A tese é defendida pelo Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, no seu balanço ao ano económico de 2022, prestes a findar.

 

Segundo Agostinho Vuma, a estagnação da economia moçambicana deveu-se à subida da taxa de juro, que levou a prime rate (taxa de juro de referência) do sistema financeiro a atingir os 22,6% em Dezembro corrente.

 

“Ou seja, em 2022, tornou-se mais caro para as PME [Pequenas e Médias Empresas] honrarem com as suas obrigações financeiras junto da banca, bem como contrair novos créditos”, defende o dirigente.

 

Outro factor que deixou a economia moçambicana estagnada, segundo o líder do sector privado, é a indústria dos raptos, que continua a florescer no país. Aliás, sublinha a fonte, devido a esta indústria, o país viu-se incluído na lista cinzenta do GAFI (Grupo de Acção Financeira), por ainda não ter eliminado as deficiências na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

 

“As nossas estimativas apontam que esta indústria [dos raptos] representa cerca 2,2 mil milhões de Meticais até 2022. Este é um montante que, sequencialmente, pode gerar necessidade de lavagem de capitais. Combater os raptos deve fazer parte da matriz anti-branqueamento e financiamento ao terrorismo, bem como da melhoria do ambiente de negócios”, defendeu Vuma.

 

Como resultado da estagnação da economia do país, o desempenho empresarial também esteve longe das expectativas, influenciado também pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, assim como pela continuidade da situação de insegurança em Cabo Delgado.

 

“Devido a este quadro, o Índice de Robustez Empresarial teve uma tendência volátil ao longo do ano. Contudo, uma avaliação geral do Índice sugere que este melhorou, até ao 3º trimestre de 2022, em cerca de 3 pontos percentuais face ao período homólogo de 2021, situando-se em 29%”, revela Agostinho Vuma.

 

Assim, o sector privado perspectiva um 2023 “positivo e de muita esperança” para o ambiente de negócios. “Temos elevadas expectativas em relação à implementação efectiva das medidas, no âmbito do PAE [Pacote de Medidas de Aceleração Económica] com destaque para a redução da carga fiscal, como mecanismo para dinamizar a recuperação empresarial”.

 

“Como CTA, gostaríamos de ver minimizados os problemas relacionados com o pagamento das facturas atrasadas aos fornecedores e o reembolso do IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado]. Meus caros, as empresas, particularmente as PME, estão a sofrer por causa de falta de reembolso do IVA e pagamento de facturas”, remata o líder dos empresários.

 

Agostinho Vuma fez este balanço durante o habitual briefing do fim do ano, que teve lugar na tarde desta quinta-feira, na cidade de Maputo. Na ocasião, Ludovina Bernardo, Vice-Ministra da Indústria e Comércio, garantiu ter registado todas as preocupações dos empresários e garantiu que o Governo continuará empenhado na melhoria do ambiente de negócios. (Carta)

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