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sexta-feira, 28 outubro 2022 05:41

Professores da província e cidade de Maputo paralisam aulas por conta de incongruências salariais na TSU

Os salários dos professores, com base na Tabela Salarial Única (TSU), já começaram a ser processados, no entanto, as incongruências existentes estão a gerar barulho entre a classe.

 

Desde esta quarta-feira até a manhã desta quinta-feira, professores de algumas escolas decidiram paralisar as aulas, prejudicando os alunos que foram pegos de surpresa com a situação, e a poucos dias dos exames finais. Escola Secundária Josina Machel na cidade de Maputo, Escola Secundária Nelson Mandela, na Mozal e Escola Secundaria Gwaza Muthini, estas últimas na província de Maputo, são algumas onde os professores optaram em não entrar na sala de aula esta quinta-feira, até que tenham uma resposta satisfatória sobre as suas reivindicações.

 

Num documento a que “Carta” teve acesso, escrito pelos professores da Escola de Gwaza Muthini, dirigida ao Administrador de Marracuene, Shafee Sidat, depois de visualizarem a folha de salário na quarta-feira, a classe refere que não está satisfeita com a discrepância relativa ao enquadramento de cada professor e funcionários que ocupam cargos de chefia.

 

O grupo diz por exemplo que um professor DN1 com enquadramento no nível 12C aufere 37.505,57 Mts, enquanto o director da escola recebe aproximadamente 126 mil Mts, o seu adjunto do segundo ciclo 116 Mil Mts e o adjunto do primeiro ciclo 78 Mil Mts.  O incremento salarial corresponde a 100% para docentes DN4 e DN3, enquanto os professores DN2 e DN1 não tiveram um reajuste significativo.

 

Desta forma, os professores pedem que os salários deste mês sejam processados com base na antiga tabela, incluindo as horas extraordinárias e sugerem a suspensão do pagamento da TSU com base nos actuais quantitativos até que se resolvam todos os problemas detectados e garantem que não vão entrar nas salas de aula até que quem de direito satisfaça o seu pedido e apelam para que não sejam tão abismais as diferenças salariais entre os professores e os que ocupam cargos de chefia.

 

As mesmas preocupações são partilhadas pelos professores da Escola Nelson Mandela que afirmam terem constatado inconformidades na folha de salário apresentada esta quarta-feira e, por via disso, decidiram por unanimidade não se apresentarem às salas de aula.

 

“Carta” também teve acesso à carta dos professores da Escola Secundária Armando Emílio Guebuza que apresentam as mesmas preocupações e apelam à celeridade na resolução dos mesmos sob o risco de paralisarem as actividades, congelarem as notas de aproveitamento pedagógico e se absterem de controlar e corrigir os exames finais.

 

Por outro lado, a direcção da Escola Secundária Josina Machel disse que os professores não entraram nas salas de aula esta quinta-feira porque estavam envolvidos na preparação das provas finais.

 

Entretanto, relatos que chegam de outros professores da cidade de Maputo dão a entender que alguns professores do Distrito Municipal KaMaxaquene já começaram a auferir os seus salários com base na Tabela Salarial Única.

 

Porém, o Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, veio a público garantir que os salários já estão a ser pagos e todas as preocupações dos funcionários públicos em relação à Tabela Salarial Única serão atendidas com a devida atenção e explica que os salários do mês de Outubro estão a ser pagos com enquadramentos provisórios. (Marta Afonso)

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