Quase era risco zero a possibilidade de expansão dos ataques terroristas para outros distritos, mas o grupo mostrou o contrário, atacando vilas e importantes locais de Cabo Delgado, e o governo nunca tinha acreditado na expansão.
A 5 de Outubro de 2017 foi atacada a vila de Mocímboa da Praia e, a posteriori, o posto policial de Oasse.
Bunomar Machude, um filho da terra, liderou uma das cruéis acções terroristas, que igualmente contribuiu para a destruição e roubo de material das FDS.
A 25 de Março de 2020, os terroristas ocupavam a vila de Quissanga, 115 quilómetros da cidade de Pemba, e içaram a sua bandeira e filmaram um vídeo dizendo que os ataques tinham como objectivo implementar a religião Islâmica.
No dia 23 de Março de 2021, foi atacada a vila de Palma. Foi um ataque inesperado, apesar dos residentes terem notado movimentos estranhos. A forte presença das FDS não impediu o ataque do distrito que recebe importantes investimentos no âmbito da exploração de gás natural liquefeito. A TotalEnergies foi uma das empresas obrigadas a abandonar a região devido ao ataque.
Entre fim de Maio e Junho, foi atacada a vila de Macomia, pouco depois do ciclone Keneth. Todo o tecido comercial e infra-estruturas do Estado ficaram quase completamente destruídos. Em Macomia, o primeiro ataque foi na aldeia Naunde, em Mucojo, em 2018. Um jovem local, chamado Muamudo Saha, foi responsável por várias operações, que igualmente em Setembro/Outubro de 2020 saldaram-se na destruição por completo de Mucojo e Quiterajo.
Em 2019 e 2020, a sede distrital, Namacande, e outras aldeias do distrito de Muidumbe, não escaparam. Regiões como Miangalewa, importante centro de produção e comercial, estão até hoje abandonadas.
Também merecem destaque o assassinato por terroristas de 52 pessoas, no dia 7 de Abril de 2020, na aldeia Xitaxi, em Muidumbe, quando as mesmas negaram filiar-se ao grupo. A captura e mais tarde a libertação das freiras da Igreja Católica foi um dos assuntos que também mereceu mediatização.
O então Bispo da Diocese de Pemba, Dom Luís Lisboa, foi uma das figuras sonantes na denúncia dos ataques e necessidade de apoio humanitário aos deslocados.
A morte de famílias por naufrágios em Quiterajo, Palma e Mocímboa da Praia, e as execuções sumárias pelas FDS de deslocados suspeitos de terroristas, também foram manchete na mídia. (Carta)