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segunda-feira, 03 outubro 2022 07:06

Banco Central diz que custo de vida vai continuar a disparar

O Banco de Moçambique diz que se perspectiva um aumento de preços a nível doméstico, num contexto em que se verifica a manutenção da volatilidade dos preços dos produtos energéticos e alimentares a nível internacional, em face do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. A informação consta de um comunicado, enviado à “Carta”, pelo Banco de Moçambique, após o penúltimo Comité de Política Monetária (CPMO). 

 

“As perspectivas de inflação apontam para um contínuo aumento, no curto prazo, e uma desaceleração, no médio prazo. Em Agosto, a inflação anual acelerou para 12,1%, após 11,8% em Julho, a reflectir, essencialmente, o aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para os transportes semi-colectivos urbanos, pese embora a inflação subjacente se tenha mantido estável”, lê-se num comunicado. 

 

De acordo com o documento, as perspectivas de aumento de preços decorrem de riscos e incertezas associados às projecções de inflação. A nível interno, fundamenta a instituição, prevalecem as incertezas em relação ao ajustamento dos preços dos bens administrados e o seu impacto sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, o Banco Central diz que se mantêm as incertezas em relação à magnitude e persistência dos efeitos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

 

Por causa das razões acima mencionadas, o CPMO do Banco de Moçambique decidiu aumentar a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 15,25% para 17,25%. Ao aumentar o custo do dinheiro na banca comercial, o Banco Central pretende reduzir a circulação do dinheiro, com o objectivo de reduzir a aceleração geral desenfreada dos preços no médio prazo. 

 

No mesmo comunicado, o Banco de Moçambique diz que a dívida pública interna aumentou nos últimos dois meses que separam as reuniões do CPMO. De acordo com a fonte, o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 263,1 biliões de Meticais, o que representa um aumento de 44,3 biliões de Meticais em relação a Dezembro de 2021.

 

“O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associadas às projecções da inflação, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias. A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 30 de Novembro de 2022”, conclui o documento assinado pelo Governador do Banco Central, Rogério Zandamela. (Evaristo Chilingue)

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