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quinta-feira, 29 setembro 2022 05:06

Quem é quem na CNE politizada

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tomou posse em 2020. O seu presidente é o Bispo Carlos Matsinhe, chefe da Igreja Anglicana de Moçambique. Os vice-presidentes são Carlos Cauio da Frelimo e Fernando Mazanga da Renamo. A próxima pessoa mais importante na CNE é o chefe da Comissão de Operações Eleitorais e esse cargo foi preenchido de forma controversa em Maio quando a Frelimo nomeou Mário Ernesto, o chefe de operações reformado do STAE.

 

Ernesto substitui Abílio da Conceição Lino Guilherme Diruai, falecido a 8 de abril. Esse cargo é ocupado por um membro da Frelimo CNE. Ernesto ocupava o segundo posto mais importante do STAE há mais de uma década. O STAE deveria ser neutro, mas foi por vezes acusado pela oposição de ser tendencioso em relação à Frelimo. Alguns vão aceitar a sua nomeação pela Frelimo para um cargo de topo da CNE como confirmação das acusações anteriores e da sua posição sénior no partido. Ernesto também é vice-comissário da reserva policial.

 

A Renamo sempre exigiu uma CNE politizada, dizendo que ninguém é neutro em Moçambique. A CNE tem 17 membros, dos quais 10 são nomeados pelos partidos parlamentares, com base na representação no parlamento 2010-2014, que dá 5 Frelimo, 4 Renamo e 1 MDM. Há também 7 membros nomeados pela sociedade civil, mas escolhidos pelos membros do partido da CNE, e, portanto, geralmente refletindo a mesma mistura partidária. 

 

Actualmente existem 3 simpatizantes da Frelimo, 2 simpatizantes da Renamo e 2 flutuantes. Há também um candidato do governo, que pode falar e é relator de uma comissão, mas não pode votar. O Presidente da CNE é sempre a sociedade civil simpática à Frelimo.(CIP eleicoes)

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