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sexta-feira, 22 julho 2022 08:06

Banco Central reitera que preços vão continuar a disparar

Banco Moz 2019

 

O Banco de Moçambique reiterou esta quinta-feira (21) que os preços de produtos e serviços vão continuar a aumentar consideravelmente nos próximos meses, devido principalmente à repassagem dos elevados custos do petróleo e de alimentos no mercado internacional, para a economia doméstica.

 

Com efeito, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, a taxa MIMO, em 15,25%.

 

A instituição deu o primeiro alerta sobre o agravamento do custo de vida a 20 de Maio de 2022 corrente. Há duas semanas, em briefing à jornalistas, o Banco Central voltou a alertar sobre o contínuo aumento de preços.

 

Esta quinta-feira a instituição reiterou o alerta, tendo se justificado com o facto de, a nível interno, prevalecerem incertezas em relação ao ajustamento dos preços dos bens administrados, com realce para os combustíveis e a magnitude do seu impacto sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, o Banco de Moçambique diz que se mantêm incertezas em relação ao prolongamento do conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia.

 

“Em Junho, a inflação anual acelerou para 10,8%, contra 9,3% em Maio, a reflectir, sobretudo, o aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para os combustíveis e transportes. A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das frutas e vegetais, e que é influenciada pela política monetária, acelerou ligeiramente, a traduzir, essencialmente, a repassagem do aumento dos preços administrados para os de outros bens e serviços”, lembra o Banco Central.

 

Num comunicado enviado à “Carta”, a instituição refere ainda que se mantêm as perspectivas de recuperação económica em 2022 e 2023, não obstante o abrandamento da procura externa. A curto e médio prazo, a recuperação económica será sustentada, principalmente, pela execução dos projectos energéticos em Inhambane e na bacia do Rovuma, e pelo início da exportação do gás liquefeito, num contexto de retoma do programa com o Fundo Monetário Internacional e de ajuda externa de outros parceiros de cooperação. 

 

No mesmo documento, o Banco de Moçambique alerta que a dívida pública interna continua elevada. “O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 248,2 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 29,4 mil milhões em relação a Dezembro de 2021”, lê-se no comunicado.

 

As perspectivas macro-económicas recentes são consentâneas com a manutenção do actual nível da taxa MIMO no curto prazo. No entanto, em caso de agravamento dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação, o Banco de Moçambique sublinha em comunicado que não hesitará em aumentar a taxa MIMO para assegurar, no médio prazo, a inflação num dígito. (Carta)

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