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Reagindo à detenção e consequente expulsão, o treinador de atletismo, Alberto Lário, diz que Kamal Badrú o denunciou ao Serviço Nacional de Investigação Criminal por conta da perseguição que vem movendo há anos e por não ter conseguido qualificar uma atleta sul-africana ao campeonato mundial.
“Não tenho dúvidas de que a minha detenção tem ligação com a actual direcção da Federação do Atletismo, visto que o próprio Presidente Kamal Badrú, na sexta-feira passada, publicou no seu Facebook que me ia denunciar aos Serviços de Migração. Ele não quer que eu continue em Moçambique porque ele tinha uma atleta da África do Sul que queria levar ao campeonato do mundo e eu preparei melhor a Verónica José e ela conseguiu os mínimos e a atleta dele não conseguiu. Portanto, ficou bastante chateado. Acho que neste momento o consenso é destruir o atletismo em Moçambique”.
Para Lário, “apesar de tudo, eu estou muito agradecido a tudo aquilo que fizeram por mim em Moçambique durante estes nove anos, eu nasci aqui, sou moçambicano, estou à espera da minha nacionalidade e só espero que um dia consiga ter para poder viver definitivamente em Moçambique sem esse tipo de sobressaltos. Tenho meus miúdos, eu deixei minha família para estar aqui com os moçambicanos e só tenho de aguardar o que as autoridades decidirem”.
Lário diz ainda que neste momento a nossa melhor atleta está a ser prejudicada e o Alex também que neste momento está a sair para Inglaterra para o jogo da Commonwealth. A Verónica está a ser prejudicada porque não é normal para uma atleta, nos últimos dias antes do Campeonato do Mundo, ficar privada do seu treinador.
“Por um lado, dói porque não pude acompanhá-la por não ter nacionalidade moçambicana e, por outro, todos estes problemas estão a criar problemas psicológicos à atleta que não vai render ao nível que esperávamos. Chegou a pensar em desistir, mas eu a convenci a ir representar Moçambique”.
Lário disse que o presidente da Federação do Atletismo está mal-intencionado. “Há cinco anos, quando ele era Secretário-Geral da Federação, já levou a polícia a minha casa, pediram toda a documentação e na altura como tinha tudo em dia, ele não fez nada, mas mesmo assim, levou-me à esquadra para eu apresentar a minha documentação. É mesmo uma questão de perseguição.
“Se eu tiver de sair de Moçambique os quatro atletas que se encontram na minha residência terão de voltar para as suas províncias, o que vai ser prejudicial para o desenvolvimento deles. Eu gostaria de continuar na minha terra (Moçambique)”. (Marta Afonso)
