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Tomou posse, na manhã de ontem, a nova direcção do Serviço de Informações e Segurança de Estado (SISE), liderada por Bernardo Lidimba, na qualidade de Director-geral, e coadjuvada por Joia Haquirene, como Director-Geral Adjunto.
No seu discurso dirigido aos empossados, Nyusi ordenou a nova liderança do SISE a organizar a casa, acarinhar os trabalhadores e respeitar a coisa pública. Disse ainda que um agente da secreta não recebe dois comandos, mas apenas do seu superior hierárquico.
“A qualidade do vosso trabalho depende muito da vossa proactividade e disciplina. O agente do SISE não recebe dois comandos. Organizem a vossa casa, acarinhem os trabalhadores, mantenham e conservem o património existente, priorizem a agenda nacional, respeitem a coisa pública, cumpram os regulamentos internos, façam funcionar os órgãos, tenham decisões colegiais, apoiem as instituições que precisam, penetrem com o trabalho no interior do país, cuidando dos oficiais que lá se encontram, que os quadros no terreno procurem não influenciar o processo independentes da lei”, defende Nyusi, que também é Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança.
Outro desafio colocado aos empossados é a necessidade de repensarem o modus operandi da secreta moçambicana, tendo em conta os desafios impostos na actualidade, que incluem o combate ao terrorismo. “Esta situação de violência baseada no terror caracterizada pela agressão do Estado, que ontem parecia estar distante e hoje convive connosco, traz-nos à consciência a noção de existência, sempre, de ameaças que nunca podem ser ignoradas”.
Segundo Filipe Nyusi, a escolha dos dois novos líderes do SISE decorreu da análise minuciosa sobre o percurso profissional de cada um, perante várias missões que foram assumindo, para além de muitas outras valências requeridas para as tarefas que acabam de jurar cumprir.
“Bernardo Lidimba, para além do percurso diplomático, onde assumiu cargos fora e dentro do país, teve uma passagem notável pelo Protocolo do Estado, como responsável máximo e tem experiência acumulada bastante relevante no sector que acaba de assumir, em diferentes etapas da instituição, a nível nacional”, afirmou.
“Por seu turno, Joia Haquirene construiu-se desde o seu primeiro momento profissional como quadro desta casa, tendo assumido diversos cargos, como Director em várias províncias, nomeadamente, Tete, Nampula, Sofala e Província de Maputo e Director, a nível nacional, numa área bastante sensível, funções que vem exercendo com maior responsabilidade”, detalhou.
Por essas razões, entende que as valências que os dois operativos seniores do SISE acumularam, associadas às competências demonstradas no cumprimento das várias missões incumbidas pelo Estado, levam-no a crer que o SISE estará à altura de cumprir cabalmente a sua missão num tempo desafiante”.
Refira-se que Lidimba é o terceiro Director-geral do SISE a ser nomeado por Filipe Nyusi desde a sua chegada ao poder, em 2015. O primeiro a ser confiado o mais alto cargo da espionagem moçambicana foi Lagos Lidimo, em Janeiro de 2017, tendo sido substituído por Júlio Jane, em Outubro do mesmo ano, devido a questões de saúde. Lidimba chega ao poder, num momento em que alguns dos quadros seniores da instituição (incluindo um antigo Director-Geral) estão detidos por terem liderado um esquema que defraudou o Estado em mais de 2.2 mil milhões de USD: as “dívidas ocultas”. (Carta)
