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sexta-feira, 29 abril 2022 05:08

Uganda vai lançar projecto de geração de riqueza para veteranos moçambicanos

combatentes min

O Uganda, país da África Oriental, está prestes a iniciar um projecto de criação de riqueza para veteranos moçambicanos, em retribuição ao apoio recebido durante a luta de libertação.

 

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) ajudou a moldar a Frente de Salvação Nacional do Uganda (FRONASA), que fez parte da fundação do Exército de Libertação Nacional do Uganda (UNLA) e depois Exército de Resistência Nacional (NRA) e mais tarde UPDF (Forças Populares de Defesa do Uganda).

 

Na quarta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que é também o actual líder da FRELIMO, chegou ao Uganda para uma visita de Estado de três dias a convite do seu homólogo ugandês.

 

Falando a jornalistas, o Presidente Museveni disse que, quando visitou a sua antiga base em Montepuez, província de Cabo Delgado, encontrou-se com alguns dos veteranos que o ajudaram durante os treinos.

 

“Encontramos pessoas como motoristas que nos apoiavam. Tive uma ideia que propus a Sua Excelência para criar uma associação de geração de riqueza. Porque não criamos uma associação de criação de riqueza de veteranos ou seus filhos? Esta é uma das formas de mostrar ao povo moçambicano a gratidão do núcleo que Samora Machel nos mostrou. Não basta escrever livros, mas devemos ter algo completo”, disse Museveni.

 

Explicando o raciocínio, Museveni referiu que alguns dos soldados que formaram a FRONASA que mais tarde se metamorfosearam em Exército de Resistência Nacional e, posteriormente, em UPDF foram treinados em Montepuez, a segunda maior cidade da província de Cabo Delgado.

 

Na década de 1970, Museveni levou 28 combatentes da liberdade a Moçambique e estes treinaram em Montepuez. Dos 28, apenas Museveni, o General Salim Saleh, o Tenente-General Ivan Koreta e Coronel Bosco Omule ainda estão vivos.

 

Falando na quinta-feira, o presidente disse que é hora de Uganda retribuir o favor.“Também vamos construir uma escola técnica e reconstruir alguns dos dormitórios do quartel. Essa área tem enormes terras para a agricultura. Os veteranos serão beneficiados, mas os projectos serão executados por especialistas que sabem fazer as coisas”, disse Museveni.

 

Para isso, o presidente Museveni disse que Uganda vai enviar, dentro em breve, uma delegação a Moçambique liderada pelo tenente-general Ivan Koreta para ver de que forma vai começar o projecto.

 

“A equipe deve ser liderada pelo General Ivan Koreta, um dos graduados de Montepuez porque ele é apaixonado por isso. Ele vai com os agricultores e outros técnicos para confirmar o que já sabemos. Vamos preparar o próximo orçamento e planear”, disse Museveni.

 

O presidente ugandês disse que, por causa do terrorismo em Cabo Delgado, Uganda também vai enviar tropas para proteger o projecto de geração de riqueza para veteranos moçambicanos. “Por causa da insegurança lá, propus por que não adicionamos uma força para vigiar o projecto, então também contribuímos para a segurança na área. Vamos atirar contra um ou dois terroristas que vierem lá”, disse Museveni.

 

Em resposta, o presidente moçambicano saudou o apoio do Uganda. “É nossa intenção investir na agricultura para produzir milho, algodão e frutas, mas também ter projectos na criação de animais. Uganda tem muita experiência. Os veteranos podem participar nestes projectos”, disse Filipe Nyusi.

 

O Presidente Museveni também observou que Uganda também vai treinar gratuitamente guardas florestais moçambicanos e de conservação no Uganda para garantir que Moçambique colha os enormes benefícios do turismo.

 

“O turismo no Uganda recuperou, entrou em colapso durante o tempo do presidente Idi Amin porque os animais foram abatidos, mas quando assumimos o poder, estabilizamos tudo. Antes da Covid-19, arrecadávamos 1,6 bilião de dólares por ano do turismo e recebíamos 1,5 milhão de visitantes”, disse Museveni.

 

“Nós estamos prontos, como governo do Uganda, para treinar qualquer moçambicano no curso de vida selvagem, especialmente graduados universitários que deveriam ser cientistas”, disse Museveni. Ele  afirmou que serão os conservacionistas e outras forças de protecção que vão contribuir para a segurança nos parques. (Carta)

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