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terça-feira, 29 março 2022 09:23

Arranque dos projectos de gás e energia mostra que “Moçambique já não pára” e “tudo tem para dar certo” – Filipe Nyusi

O lançamento, esta segunda-feira, da primeira pedra para construção dos projectos de gás e energia de Temane, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane, mostra que “Moçambique já não pára e está cada vez mais a provar que tudo tem para dar certo”.

 

Esta posição foi defendida pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, após dar o “pontapé de saída” para a construção da Central Térmica de Temane (CTT), da Linha Temane-Maputo (TTP) e da Fábrica de Gás de Cozinha, infra-estruturas inseridas no Acordo de Partilha de Produção (PSA, sigla em inglês), celebrado em Maio de 2021.

 

Segundo Filipe Nyusi, a construção, por exemplo, da Central Térmica de Temane irá aumentar a capacidade de fornecimento de energia eléctrica a nível nacional, assim como internacional, passando dos actuais 14% para 16% de capacidade de produção. Disse também que irá aumentar, para quatro, o número de centrais térmicas existentes em Moçambique, depois da CTRG (Central Térmica de Ressano Garcia), Gigawatt Moçambique e da Kuvaninga Energia, localizadas nas províncias de Maputo (CTRG e Gigawatt) e Gaza (Kuvaninga).

 

De acordo com o Presidente da República, Moçambique persegue três objectivos no seu Plano de Desenvolvimento, nomeadamente, a autonomia energética; o posicionamento como actor preponderante no fornecimento de energia eléctrica aos países da SADC; e sua colocação como produtor e exportador mundial de referência de gás natural liquefeito.

 

“Na perspectiva de exportador, Moçambique pode reforçar a sua posição competitiva potencial, como alternativa de fornecimento de gás à Europa e a outros seguimentos geográficos, tendo em conta as reservas de gás da bacia do Rovuma, oferecendo melhor segurança energética a médio e longo prazos”, defende Nyusi, sublinhando que o país inicia, no segundo semestre deste ano, a importação do gás do Rovuma, a partir da plataforma flutuante instalada na Bacia do Rovuma.

 

Sobre os projectos de gás e energia

 

Conforme avançamos, os empreendimentos energéticos a serem construídos estão inseridos no Acordo de Partilha de Produção (PSA, sigla em inglês), celebrado em Maio de 2021 entre o Governo, a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos) e a Sasol. O projecto, refira-se, está orçado em cerca de 760 milhões de USD, preconizando a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia, 23 milhões de gigajoules de Gás Natural por ano para a geração de energia e a produção de 30.000 toneladas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), vulgarmente conhecido como gás de cozinha. No entanto, em toda a sua cadeia, os projectos terão um investimento global de cerca de 2 biliões de USD.

 

A “Central Térmica de Temane”, por exemplo, irá custar 652,3 milhões de USD, devendo produzir 450 Megawatts de Energia eléctrica, tornando-se, assim, a maior a ser construída no país após a independência. O empreendimento, sublinhe-se, resulta de uma parceria público-privada, formada e liderada pela Globeleq (empresa britânica), EDM (Electricidade de Moçambique) e Sasol (petroquímica sul-africana), com uma concessão válida por 25 anos. As obras serão executadas pela TSK (empresa espanhola) e terão a duração de 34 meses.

 

Já a Linha de Transporte de 400kV é avaliada em cerca de 500 milhões de USD, tendo uma extensão de cerca de 563 Km, ligando Temane e Maputo, porém, com Subestações em Vilankulos (Inhambane), Chibuto (Gaza), Matalane (Maputo) e Maputo. O projecto da Linha será implementado pela Sociedade Nacional de Transporte de Energia (STE, SA), detida integralmente pela EDM.

 

Já o projecto de construção da unidade de processamento de petróleo leve e GPL prevê reduzir as importações do gás de cozinha em cerca de 70%, adicionando valor aos recursos naturais descobertos no País. O projecto é fruto do casamento entre a ENH e a Sasol. (Abílio Maolela, em Temane)

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