Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Guy Mosse

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O Standard Bank e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) analisaram, recentemente, em Maputo, com os empresários chineses que operam em Moçambique, as oportunidades de negócio que o nosso País oferece, assim como identificaram soluções que permitam uma melhor disponibilização do conhecimento ao serviço dos investidores.

 

Promovido pelo Standard Bank, sob o lema “Elevando a parceria China-Moçambique a novos patamares”, o workshop coincidiu com o culminar das celebrações do ano novo chinês, o ano do Porco, e constituiu, também, uma janela de oportunidades para os agentes económicos moçambicanos interessados em explorar as oportunidades existentes no corredor China-Moçambique.

 

No encontro, o administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, enalteceu a parceria que esta instituição bancária mantém com o ICBC, há 10 anos: “Ao longo deste período, temos cooperado em várias iniciativas, tanto em Moçambique como em todo o continente africano, para impulsionar o comércio entre os povos”, disse.

 

Fruto dessa parceria, conforme sublinhou Chuma Nwokocha, o Standard Bank criou, no ano passado, oportunidades de interacção entre empresários moçambicanos e chineses, através das conferências transregionais realizadas na Nígeria e, na Ásia, na cimeira de Beijing.

 

“Estas conferências transregionais resultaram no estabelecimento de várias parcerias, avaliadas em mais de 60 biliões de dólares norte-americanos, entre empresários dos dois continentes”, frisou o administrador delegado destacando que o Standard Bank está bastante focado no desenvolvimento de Moçambique.

 

Num outro desenvolvimento, o gestor sénior do Standard Bank considerou que o banco que dirige constitui a casa dos empresários chineses em Moçambique, razão pela qual o banco criou, na sua sede, em Maputo, um espaço especialmente dedicado ao atendimento de empresários chineses.

 

“O atendimento é feito por gestores oriundos da China e com conhecimentos profundos da cultura chinesa. Estes têm larga experiência bancária e estão aptos para oferecer o melhor aconselhamento empresarial, bem como indicar as soluções financeiras mais ajustadas às necessidades de cada investidor chinês”, sustentou.

 

Em 2008, o Banco Industrial e Comercial da China tornou-se no maior accionista do Grupo Standard Bank, com 20 por cento de acções.

 

Sun Gang, representante adjunto do ICBC, indicou que o banco chinês teve um papel preponderante no financiamento de um importante projecto ligado ao sector do gás natural liquefeito, em Moçambique.

 

Para Sun Gang, existe uma série de oportunidades de negócio para a comunidade empresarial chinesa em Moçambique: “O sector do Petróleo e Gás constituiu uma grande oportunidade, mas também pretendemos ajudar no desenvolvimento de negócios nas áreas de Energia e Infraestruturas”, indicou, acrescentando que “temos um grande número de investidores chineses em Moçambique e juntámo-nos ao Standard Bank, para que consigamos financiar os seus projectos e, desta forma, comparticipar no crescimento de Moçambique”.(FDS)

Temendo o pior depois de ter sido intimado pela Procuradoria da Cidade de Nampula para ser interrogado por alegado abuso sexual de uma menor de 10 anos, um militar do Centro de Treinamentos e Instrução Militar do Polígono em Nampula optou por desertar das fileiras do exército.

 

O crime supostamente cometido pelo militar, ora em fuga, terá ocorrido em finais do ano passado na região onde ele se encontrava a receber treinamento militar. Outra acusação que pesa sobre o mesmo militar é a de, em Novembro de 2018, ter alvejado mortalmente um  cidadão de 20 anos e ferido outro (10), durante uma manifestação popular nas imediações da base militar numa zona conhecida por Muta-Rex, na cidade de Nampula. A manifestação fora convocada em protesto contra alegadas violações físicas e sexuais de que os cidadãos residentes nas imediações da área de servidão militar eram constantemente vítimas, supostamente protagonizadas por militares.

 

Segundo informações a que tivemos acesso, o agora fugitivo soldado do Centro de Treinamentos e Instrução Militar do Polígono de Nampula desapareceu sem deixar rasto ao ter conhecimento de que tinha sido intimado pela Procuradoria daquela cidade para ser submetido a um interrogatório relacionado com o crime de abuso sexual contra uma menor. Por ter desaparecido, o soldado em causa é procurado pelo Comando da Academia Militar, entidade responsável pela formação de oficiais superiores das Forças de Defesa e Segurança.


Fuga dificulta investigação

 

De acordo com Hermínia da Borca, magistrada do Ministério Público e porta-voz da Procuradoria Provincial de Nampula, a acusação tem dificuldades de dar continuidade à investigação deste caso, uma vez que o réu envolvido no respectivo processo judicial está ausente.‘‘Mesmo ao nível da Academia Militar, até agora eles não têm informação sobre a localização deste individuo. Portanto, a instrução toda do processo já está concluída, só falta localizar e ouvir o principal suspeito”, disse Hermínia da Boca, que não deixou de elogiar a forma aberta como o comando da Academia Militar está a colaborar com as autoridades da justiça na investigação deste caso.

 

Deserção é crime

 

Na opinião de Hermínia da Borca, o abandono das fileiras militares por parte do militar que estava afecto no Centro de Treinamentos e Instrução Militar do Polígono em Nampula poderá ser considerado deserção pelo Comando da Academia Militar da chamada ‘capital do norte’ (cidade de Nampula). Aquela magistrada acrescentou que o Comando da Academia Militar em Nampula está interessada em encontrar o soldado fugitivo para responsabilizá-lo disciplinar e criminalmente, “porque deserção é um crime’’.

 

Quanto ao actual estado de saúde da menor supostamente violada, a magistrada disse não ser a pessoa indicada para de forma segura facultar uma informação sobre essa matéria. No entanto, garantiu que depois do sucedido a menor em questão beneficiou do devido acompanhamento médico. (Rodrigues Rosa)

O Conselho Autárquico da Matola promete atribuir casas apenas às 20 famílias nativas que serão retiradas do local onde vai ser construído o futuro aterro de Matlemele, deixando de lado as centenas de outras que residem no mesmo local, onde compraram terrenos. De acordo com o vereador da Administração Municipal da Matola, Filimão Suaze, que facultou esta informação à “Carta”,  as famílias que reivindicam o mesmo direito que será concedido aos nativos alegam que serão obrigadas a destruir as casas em que actualmente vivem. Ainda segundo Suaze, a discriminação na atribuição de habitações é que está na origem do ‘pé de guerra’ entre o Conselho Autárquico da Matola e os munícipes que se sentem prejudicados neste problemático processo de transferência da área reservada ao futuro aterro para a zona de reassentamento, na zona norte de Muhalaze.

 

Ausência de consenso na origem do atraso

 

As obras do aterro já deviam ter arrancado no início de 2018, mas a ausência de consenso originou um ligeiro atraso. Filimão Suaze disse à nossa reportagem que os desentendimentos que agora se verificam no processo de transferência das famílias que vivem na área onde será construído o futuro aterro de Matlemele para a zona de reassentamento colocam em risco o financiamento do Japão no projecto. Adiantou que esforços estão sendo envidados para que ainda neste semestre sejam atribuídas às 20 famílias as novas casas do Tipo3 que já estão numa fase avançada de construção. Também pretende-se que na mesma altura comecem as obras do aterro. Só depois disso é que poderá iniciar o processo de encerramento da lixeira de Hulene.

 

Dados do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural indicam que a construção do aterro sanitário de Matlemele está avaliada em 60 milhões de USD, e será implantado numa área de 100 hectares, nas imediações da Estrada Circular de Maputo. Quando concluído, o aterro, com tempo mínimo de vida útil estimado em 25 anos, terá capacidade para 1400 toneladas de resíduos por dia. O projecto do aterro sanitário de Matlemele  inclui a construção de uma unidade de reciclagem de resíduos, com capacidade para 200 toneladas diárias, estação de tratamento do lixo e um sistema para produção de 4MW de energia a partir do biogás, entre outras componentes que vão conferir àquela infraestrutura um padrão internacional. (Marta Afonso)  

 A Compuscan, empresa líder em sistemas de informação de crédito (Bureau de Crédito) vai contribuir para facilitar o acesso ao crédito a particulares e empresas que procuram empréstimos em Moçambique. A garantia foi dada durante o lançamento da empresa numa sessão que juntou, em Maputo, no passado dia 19 de Fevereiro, os principais Bancos Comerciais e Instituições de Microcrédito (IMFs) a actuar no mercado moçambicano.

 

 O lançamento da Compuscan surge na sequência da recentemente autorização, pelo Banco de Moçambique, a operar como primeira agência privada de sistema de informação de crédito   no país. O evento contou com a presença da Compuscan, Remo Lenisa, CEO do Grupo, Frank Lenisa, Director de Mercados Internacioanis, Mike Malan, Director Executivo para África e Lara Cangi, representante da Compuscan em Moçambique. Contou ainda com a presença de Gertrudes Maculuve Tovela, Administradora do Pelouro de Estabilidade Financeira, em representação do Banco de Moçambique, Bernardo Cumaio, responsável pelo Pelouro de Política Financeira da CTA, Teotonio Comiche, Presidente da Associação Moçambicana de Bancos, e Ari Aisen, representante do Fundo Monetário Internacional.

 

 A actividade da Compuscan levará todos os Bancos Comerciais e Instituições de Microfinanças a partilhar dados sobre empréstimos contraídos no mercado moçambicano, e poderá incluir outros fornecedores de crédito, como telecomunicações, retalhistas, serviços de utilidade pública, seguros, entre outros players do mercado. Este serviço, que responde à legislação introduzida em Moçambique em 2015, será supervisionado pelo Banco de Moçambique.

 

Os bureaus de crédito, tal como a Compuscan, são essenciais para o bom funcionamento dos mercados de crédito. Permitem que os credores avaliem e possam melhor gerir os riscos, ajudam os tomadores a obter acesso ao financiamento e contribuem para a redução do sobre-endividamento.

 

Os bureaus de crédito fornecem ao sector financeiro dados seguros e uma base de dados centralizada de informações sobre consumidores e empresas. Estes fornecem ainda produtos e serviços que ajudam a prever riscos e a reduzir fraudes, tais como relatórios de crédito, pontuações de crédito, verificações de identidade, avaliações de acessibilidade e de colectas. Os dados do bureau de crédito são altamente protegidos e o seu acesso é estritamente regulado por legislação. Os benefícios de compartilhar informação incluem um leque melhorado de tomadores de empréstimos, taxas de incumprimento reduzidas e, gradualmente, taxas de juro mais baixas.

 

 Este novo serviço irá gerar informações detalhadas e confidenciais de relatórios de crédito que permitirão que se avalie os clientes segundo o seu bom e mau comportamento de pagamento de crédito.  O rápido e fácil processo de análise de crédito facilitado pelo bureau de crédito, incentiva o consumidor a ter acesso a mais financiamentos, o que, por sua vez, contribui para a inclusão financeira e o crescimento económico. De acordo com Lara Cangi, responsável pelo negócio e gestão da Compuscan em Moçambique, “a empresa pretende contribuir para uma maior transparência e confiança no mercado de crédito, através de disponibilização de informação fiável e de qualidade sobre crédito em Moçambique e com isso contribuir para facilitar o acesso ao crédito tanto a particulares como a empresas. Queremos estar ao serviço dos objetivos financeiros e económicos do Governo e do Banco Central e assim contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique”, afirmou durante o evento de lançamento. (Carta)

quarta-feira, 20 fevereiro 2019 07:54

Governo extingue empresa pública Maputo-Sul

Por decisão do Governo, foi extinta a empresa pública Maputo-Sul que após a sua criação há sensivelmente nove anos participou nas obras de construção da ponte Maputo-KaTembe, inaugurada no dia 10 de Novembro de 2018.

 

De acordo com o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, que anunciou a medida esta terça-feira (19) no final da V sessão ordinária do Conselho de Ministros, a extinção da Maputo-Sul deve-se ao facto de ter concluído a principal missão para que tinha sido criada. Além da ponte ligando a maior cidade do país à KaTembe, do outro lado da baía, na capital, outra responsabilidade que tinha sido atribuída à Maputo-Sul era de reabilitar as estradas Maputo-Ponta do Ouro e Bela Vista-Boane.

 

Justificando a extinção de Maputo-Sul, João Machatine começou por salientar que a empresa cumpriu a sua missão principal. Acrescentou que “em conformidade com o nosso ordenamento jurídico, no âmbito das empresas pública, as responsabilidades que cabiam a Maputo-sul passam para Administração Nacional de Estradas (ANE) e Fundo de Estradas (FE)”.

 

Ainda segundo o titular da pasta das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, a ANE será responsável pela área de manutenção, enquanto ao FE caberá a tarefa de rentabilizar os empreendimentos que antes estavam sob gestão da Maputo-sul.

 

Sobre o destino dos 107 funcionários da ora extinta Maputo-Sul, João Machatine disse que serão inseridos na Administração Nacional de Estradas e no Fundo de Estradas. Acrescentou não existir qualquer problema nessa matéria, alegadamente por tratar-se de um processo de gestão integrada das empresas criadas pelo Governo, visando o seu adequado aproveitamento.(Omardine Omar)  

O filho mais velho do ex-Presidente Armando Guebuza, Ndambi, de 43 anos de idade, detido na tarde de sábado (15) em Maputo, é considerado um “tipo fixe”, “de coração bacana”, que em 2013, quando encaixou (com Teófilo Nhangumele e Bruno Tandane) 50 milhões de USD de subornos da Privinvest, a primeira coisa que fez foi comprar 7 viaturas BMW X5 para amigos e amigas. Ele não se cansava de distribuir dinheiro. Tinha três amigos chegados a quem ofereceu 2 milhões de USD cada. Bruno Tandane, o amicíssimo, teve a fatia de leão dos abonos partilhados.

 

Ndambi, “simpático e porreiro”, fez diferente do seu irmão mais novo, Mussumbuluko (gémeo da falecida Valentina, assassinada pelo marido, Zófimo Muiuane, em Dezembro de 2016) : ofereceu  dinheiro e património aos amigos; o outro, que também encaixou milhões numa negociata de armas para o Estado, fez dos amigos seus empregados e, quando se zangou com eles, na sequência do vazamento de fotografias comprometedoras onde aparece apreciando armas num fornecedor israelita, acompanhado de Agy Alaué, um operativo do SISE, mandou-os embora.

 

 O filho “mais fixe” de Guebuza, vivia a grande e à francesa, com viagens frequentes para a própria França, onde chegou a se hospedar na casa de Iskandar Safa, em Nice, nomeadamente quando foi acometido por um problema de saúde. Foi nessa França onde Ndambi deu a ordem final para que o fabricante dos barcos da Ematum, famigerada atuneira que raramente mergulhou seus palangres no mar alto, fosse o estaleiro de Iskandar Safa, a Constructions Mécaniques de Normandie (CMN), em Cherbourg. E neste vilarejo do norte de França, o pai Armando Guebuza, surgiria avalizando politicamente a escolha do filho, numa visita que teve a cumplicidade ainda não escrutinada do antigo presidente francês, François Holland.

 

Os dois (Guebuza e Holland) pousaram com o mestre do suborno, Iskandar Safa, “the master of the bribes”, conforme descrito no “indictment” americano.  Guebuza “vendia” o argumento da urgência da segurança costeira. Holland dava o seu abraço a uma CMN quase em falência e, portanto, o investimento moçambicano seria uma salvação para a indústria naval francesa e para a manutenção de postos de trabalho em Chergourg (um dia a França deverá ser investigada pelo seu papel neste calote que empobreceu mais os moçambicanos; as responsabilidades morais de Holland deverão ser aferidas). 

 

Alguns meses antes, Jean Boustani tinha montado toda a trama, através de Teófilo Nhangumele, a quem abordara pela primeira vez em 2011. Nhangumele deixara claro que, para se convencer o poder político local, Boustani tinha de persuadir a Privinvest a acautelar o pagamento de “comissões”. A acusação americana recupera esses contactos iniciais, onde a 11 de Novembro de 2011, Nhangumele escreve o seguinte, num email para o burlão libanês agora detido numa cadeia de Brooklyn: “Para garantir que o projecto tenha luz verde do Chefe do Estado, um pagamento tem de ser acordado antes de chegarmos lá”.

 

Abordado por Teófilo (que tentara antes envolver o SISE ainda sem a “vontade política comprada” do alto magistrado da nação), o filho de Guebuza levou o sinistro projecto de pesca de atum e segurança costeira ao gabinete mais reluzente da Ponta Vermelha, e recebeu a aprovação paternal que procurava. Com o selo do pai, Ndambi conseguiu a primeira grande façanha galinheira.

 

Estava desbloqueado o principal entrave, com o “go ahead” de Guebuza.

 

Dias depois, Jean Boustani (que já era trapaceiro nisto de envolver corruptamente governos africanos em negócios caloteiros usando o mesmo “modus operandis”, recebeu de Nhangumele a indicação de que o Presidente tinha anuído. Os dois tinham já carta branca para tratar com Gregório Leão e António Carlos Rosário, no SISE. A visita de Guebuza a Cherbourg aconteceu a 30 de Setembro de 2013. Ndambi já tinha lá estado, meses antes, com os amigos, fazendo o “procurement” de um negócio que custaria vários milhões ao Estado, o qual devia ter sido feito por agentes do Estado, mas organizado por três amigos (ou mais) sem qualquer vínculo no aparelho estatal. A Privinvest tinha a noção que o negócio envolveria suborno de grande monta. E fechou com os três, Ndambi, Bruno e Teófilo, contratos de fachada, paralelos àqueles que assinaram no âmbito do projecto dos barcos. Desses contratos, os três receberam 50 milhões de USD.

 

Lembram-se das “50 milhões de galinhas” referidas na acusação do grande júri americano?  Elas foram acordadas por Boustani e Nhangumele, numa troca de e-mails a 28 de Dezembro de 2011. Esse valor inicial, que serviu para “massajar o sistema”, foi repartido entre Ndambi, Teófilo e Tandane. Os três abriram contas bancárias nos Emirados Árabes Unidos, para onde o dinheiro foi canalizado, em porções diminutas. As primeiras transferências que Ndambi recebeu da Privinvest foi de vários milhões de USD.

 

Mas o galinheiro começou logo a ser frequentado por outros integrantes do círculo restrito do Presidente Guebuza, com seus assessores desfrutando do tacho em gordas verdinhas farturas. E no SISE, a bufaria, encarapuçada em imunidades hoje duvidosas, começara a se encher também de património de origem suja. Ndambi encaixou em várias transferências que, a certa altura, houve um alerta vermelho nos Emirados.

 

Na planilha de subornos da Privinvest, era preferível que ele desse outro nome para não parecer que estava a "comer" muito (tal como fez Renato Matusse; este, se calhar presumindo-se mais manhoso entregou conta de terceira pessoa, que lhe vendera um apartamento, num ardil de lavagem que parecia mais inteligente, mas não passava de artimanha elementar). Bruno Tandane, mostrou-se logo de peito aberto para receber as somas remanescente. Tandane já havia recebido algumas patinhas do galinheiro, mas, por força das circunstâncias, também Ndambi teve se lhe estender um tacho cheio de pernas...de galinhas. 

 

A investigação a Ndambi foi sempre uma tarefa hercúlea. No Dubai, através do Embaixador Francisco Cigarro, o acesso à sua informação financeira foi sempre travado. O pessoal da embaixada foi exímio em bloquear os pedidos de informação por parte da justiça moçambicana. O primogénito de Guebuza está agora nas malhas da justiça. Hoje, Ndambi deverá ver ser ouvido pelo juiz de instrução, esperando-se que sobre ele seja também aplicada a mais grave medida de coação, a prisão preventiva. (Marcelo Mosse)

Moçambique está actualmente definido como sendo um “regime autoritário”, com uma classificação de menos de quatro em dez pontos possíveis, segundo o Índice de Democracia da Economist Intelligence Unit (EIU). Dizendo que a mesma classificação aplica-se aos vizinhos Zimbabué e eSwatini (Suazilândia), a EIU informa ter-se o índice relativo a Moçambique agravado, ao ter passado de 4,02 pontos em 2016 e 2017, “regime híbrido”, para 3,85 pontos em 2018, obtendo assim a classificação de “regime autoritário.”

 

O mais recente relatório sobre Moçambique informa terem quatro indicadores deste índice permanecido sem alteração, havendo no entanto uma quebra no que se refere ao processo eleitoral, devido às irregularidades e violência exercida sobre membros da oposição, durante e depois das eleições municipais realizadas em Outubro de 2018. Em termos económicos, o relatório da EIU mantém, “grosso modo”, as previsões do anterior, com um taxa de crescimento fraca de 3,4% em 2019, antes de aumentar para uma média de 5,3% ao ano no período de 2020/2023. O documento volta a referir, à semelhança de anteriores, que a economia deverá começar a beneficiar dos preparativos para a exploração dos depósitos de gás natural em dois blocos da bacia do Rovuma, estando previsto pelas partes envolvidas que essa actividade deverá iniciar-se em 2023/2024.

 

Mas afirma igualmente que havendo um excesso de oferta no mercado mundial de gás natural é que muito provável que as grandes obras de construção em terra, nomeadamente as centrais de processamento, tenham início apenas depois de 2020. A EIU adianta que o crédito bancário tem-se estado a contrair para alguns sectores-chave, caso da agricultura, telecomunicações e construção, devido a uma política monetária mais rígida, o que sugere que o desempenho destes sectores será fraco ao longo de 2019.

 

 O consumo privado, que deverá crescer este ano à taxa de 3,7%, tenderá a resvalar para valores negativos até 2023, no que é compensado pela despesa pública, que registará taxas de crescimento entre 4,0% em 2019 e 5,9% em 2023.A formação bruta de capital fixo ou investimento, que em 2018 registou uma queda de 12,5%, deverá crescer este ano para 8,2%, antes de literalmente explodir para taxas entre 55,0% em 2020 e 30% em 2023. (Macauhub)

Evento alusivo ao dia dos Namorados, 14 de Fevereiro, celebrando o amor em todas suas poesias e quebras de fronteiras. Tributo a Camões, Afonso dos Santos, Craveirinha, Florbela Espanca, Reinaldo Ferreira, Sophia de M. Breyner Adressen, Amin Nordine, Vinicius de Moraes e outros Poetas. Vamos celebrar o amor na boleia do lirismo dos versos de vários poetas do mundo. Destacaremos poetas dos países de língua portuguesa, construindo uma ponte que exalta a forma como cada poeta ergueu a sua paixão e amor. Efigénio Matusse, Loide Nhaduco, Dina Machoe, Tina Chavane vão emprestar o seu talento dizendo os poemas, sob a tutela de Léo Cote.

 

(14 de Fevereiro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

A defesa do empresário Jean Boustani, acusado de participar no escândalo das dívidas ocultas de Moçambique, vai recorrer da decisão do juiz, que negou a fiança do arguido libanês nos Estados Unidos da América. Os advogados disseram hoje, na segunda audição pré-julgamento de Jean Boustani, num tribunal federal em Nova Iorque, que vão encaminhar o assunto ao Tribunal Federal de Recursos. A próxima audição do principal suspeito do caso ficou marcada para dia 28 de março, enquanto se aguardam decisões sobre a extradição dos outros arguidos.

 

Em Janeiro, a defesa de Jean Boustani propôs uma caução de 20 milhões de USD para sair da prisão preventiva no Metropolitan Detention Center para prisão domiciliária enquanto aguardava julgamento. O tribunal norte-americano negou esta semana o pedido dos advogados do empresário do grupo Privinvest, que defendiam que se saísse sob fiança, Boustani aceitaria ficar sujeito a prisão domiciliária e vigilância constante de uma equipa de segurança, num local secreto.

 

A acusação da justiça norte-americana contém revelações detalhadas sobre o caso das dívidas garantidas pelo Estado moçambicano, entre 2013 e 2014, a favor das empresas públicas Ematum, MAM e Proindicus, de pescas e segurança marítima, concluindo que terão servido para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos.

 

A investigação dos EUA ficou conhecida quando o ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, três ex-banqueiros do Credit Suisse e o intermediário da empresa naval Privinvest foram detidos em diferentes países, desde 29 de dezembro, a pedido da justiça norte-americana.

 

O antigo ministro moçambicano permanece preso, desde final do ano passado, na África do Sul, aguardando uma decisão sobre a sua eventual extradição para os Estados Unidos ou para Moçambique. (Lusa)

Para concretizar 25 mil novas ligações eléctricas este ano, no âmbito do projecto de instalação das linhas de alta tensão entre Murrupa e Cuamba, está previsto um investimento de 34 milhões de USD. A informação foi veiculada na passada quarta-feira pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, aquando da sua passagem pelo distrito de Marrupa, na província do Niassa. Parte daquele montante foi desembolsado pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento, BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e Fundos da Arábia Saudita e do Koweit.

 

Serão beneficiados pelo projecto, com potencial para 55 mil ligações, os distritos de Cuamba, Metarrica, Mauá, Marrupa, Mecula, Lichinga (Niassa), Balama e Namuno (Cabo Delgado).No acto do lançamento da iniciativa, Max Tonela disse que os novos clientes beneficiarão de um subsídio de ligação de 75 por cento. Assim, os clientes da empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) irão pagar 850 Mts, contra os anteriores 3500 Mts.  Sublinhando que o subsídio visa estimular uma maior adesão de novos clientes, Tonela referiu que “o Governo pretende alargar de forma continuada o número de consumidores para que de facto consigamos este ano estabelecer 300 mil novas ligações previstas, o que nos permitirá alcançar 500 mil novas ligações por ano a partir de 2020”.

 

Reforço e expansão da rede eléctrica

 

Max Tonela destacou o envolvimento do Governo na promoção de vários projectos visando o reforço e expansão da rede eléctrica nacional, no âmbito do Programa Quinquenal, como forma de garantir o aumento do acesso e disponibilidade de energia eléctrica no país. Para o efeito, o Executivo conta com apoio do Banco Mundial,  Reino da Noruega, Suécia e União Europeia, que já disponibilizaram 200 milhões de dólares norte-americanos. (Carta)

 

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