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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

Redacção

Enquanto a saga das dívidas ocultas em Moçambique se desenrola nos tribunais nacionais e internacionais, há enormes indícios de que o escândalo corre o risco de se propagar para Angola, onde crescentes evidências de acordos de aquisição não transparentes ameaçam minar a campanha anti-corrupção do governo e a recente recuperação económica em 2019. Um relatório do EXX Africa Business Intelligence, uma firma londrina, divulgado no fim de semana, diz que há enormes indícios do envolvimento dos principais líderes políticos angolanos no escândalo das dividas moçambicanas, que não foram totalmente descobertos. 

 

Eventuais novas revelações ameaçam minar a campanha anticorrupção popular e de alto nível do governo angolano, criando também embaraços aos principais políticos angolanos, representando novos riscos de reputação aos investidores em Angola. A EXX Africa conduziu uma investigação desde a origem para explorar o papel da elite política angolana no escândalo do endividamento de Moçambique e a potencial existência de emissão de dívidas ainda não divulgada. 

 

Em particular, há vários indicadores vermelhos em torno dos acordos da Privinvest em Angola que surgiram ao longo da investigação, alguns dos quais sinalizam riscos de reputação ao presidente angolano João Lourenço. As relações de Angola com o FMI e a perspectiva de uma recuperação económica em 2019 poderão ficar abaladas.(Carta)

Os volumes manuseados pelo Porto de Maputo atingiram as 19.5 milhões de toneladas de carga em 2018, um novo recordo, diz uma nota da empresa enviada à nossa redacção. O anterior recorde datava de 2014 (com 19.3 milhões de toneladas). O recorde de 2018 representa também um crescimento de 7.14% em relação a 2017 (ano em que foram manuseadas 18.2 milhões de toneladas de carga).  Estes resultados crescentes desde 2017 continuam a ser uma influência positiva da dragagem de aprofundamento do canal de acesso ao Porto de Maputo, concluída em Janeiro de 2017.

 

Seguindo a tendência de 2017, o manuseamento de carga pela via ferroviária voltou a crescer em 2018, fruto da estratégia conjunta entre o porto, os CFM e a sul-africana Transnet. Em 2017, o volume ferroviário da principal carga manuseada pelo porto de Maputo, ferro-crómio e crómio, cresceu em quase 100%; este ano o crescimento registado foi de mais de 50%, com quase 1.5 milhões destas cargas transportadas pela ferrovia. Em 2019, o porto prevê aumentar a sua capacidade de manuseamento com a conclusão das obras de reabilitação dos cais 6, 7, 8 e 9. A reabilitação irá não só criar cais com fundos de até -15 metros, como irá melhorar a taxa de ocupação dos cais através da criação de uma maior área de atracação. A conclusão das obras está prevista para o último trimestre deste ano. (Carta)

segunda-feira, 28 janeiro 2019 06:02

Serão abolidas as dispensas no ensino geral

Todos os alunos do Ensino Secundário Geral passarão a realizar os exames das disciplinas essenciais, nomeadamente História, Geografia, Português, Química, Matemática, Física, Desenho e Biologia, segundo está previsto no novo regulamento de avaliação que será introduzido ainda este ano. 

 

A informação foi avançada pela porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Samira Tovela, que falou à “Carta” no âmbito do arranque do ano lectivo 2019, previsto para o próximo dia 1 de Fevereiro a nível nacional.

 

Samira revelou que “os alunos passarão a fazer os exames de acordo com a sua área de estudos”, e que, no concernente às metas previstas de matriculados para o presente ano, estas foram atingidas em 97%, sendo que o objectivo era alcançar o número de 1.534.541, designadamente 218.658 do ensino secundário do primeiro ciclo e 102.389 no ensino secundário do segundo ciclo. Recordou ainda, na ocasião, que em algumas províncias ainda há pais e encarregados de educação que pretendem matricular os seus educandos. 

 

No que diz respeito ao livro escolar, a nossa fonte garantiu que o mesmo já se encontra disponível em quase todos os distritos, tendo acrescentado que estão a ser envidados esforços para que boa parte dos alunos tenha acesso ao livro no primeiro dia de aulas.(M.A.)

“Matrona” – pelo porte físico, a forma como se veste e o modo másculo e mandão que exibe – e “matreira”,  devido ao jeito como se expressa e exibe em tribunal – é assim como, em duas palavras, se pode classificar Elivera Dreyer, a Procuradora do caso Chang,  também agora chamada “madrinha” dos moçambicanos, dado que para muitos é quem poderá salvar a “honra do convento”, enviando Chang para a América. É a senhora que muitos moçambicanos vêem como a “salvadora da pátria”.

 

O que Dreyer diz, em Kempton Park, é como se de uma “ordem” se tratasse. É como se toda a gente – juíza Droyern incluída – dançasse ao ritmo da sua música!

 

Os próprios advogados de defesa de Manuel Chang também andam ao seu compasso, inclusive nos longos intervalos das sessões, onde privam, contam piadas e conversam (em Afrikaans) como de velhos amigos se tratasse. A senhora abre a boca e toda gente a escuta. Ela traz consigo, normalmente, uma pilha de documentos para a barra do tribunal, transportada numa mala de rodas, e quer que Manuel Chang seja extraditado para os Estados Unidos. E não faz outra coisa durante as audiências que não seja falar da extradição.

 

É extradição para aqui, é extradição para acolá! É ela que nega a pés juntos que Chang seja “transferido” para Moçambique para, uma vez aqui, responder pelo caso Odebrechet. Foi ela quem, impiedosamente, disse e convenceu a juíza Droyern que o facto de Chang ter apresentado um atestado de residência em Malelane (Mpumalanga), a 48 km da fronteira com Moçambique, não era nada. E que também o facto de afirmar que é diabético significava menos ainda. Pelo contrário: tudo isso poderia representar , ou contribuir, para uma hipótese de fuga. 



Foi Dreyer quem confundiu e baralhou as “cartas” no sentido de dizer que não havia condições para Chang sair em liberdade condicional (sob caução), convencendo o tribunal de que tinha garantias que no dia seguinte – sexta-feira, 25 de Janeiro – as autoridades americanas lhe enviariam os documentos para a extradição do homem. Enquanto isso, o assunto que estava a ser tratado em tribunal era a caução. Próxima quinta-feira, 31, quando se regressar a Kempton Park, muita coisa poderá já estar decidida. Mas também poderá ser que nada aconteça.

 

Nunca se sabe. E porquê? Porque na última quarta-feira (23) os jornalistas foram informados de que no dia seguinte haveria uma sessão extraordinária, em que o assunto seria a questão da caução. Toda a gente saiu de Maputo de armas e bagagens para Kempton Park, e praticamente nada aconteceu! Agora vamos a ver se desta vez é que é! (Homero Lobo)

segunda-feira, 28 janeiro 2019 03:33

Festival / Marrabenta

Acompanhe o Festival da Marrabenta que irá decorrer nos dias um, dois e três de Fevereiro em vários pontos da cidade de Maputo. Marrabenta é uma forma de música-dança típica de Moçambique e o seu nome foi derivado da palavra portuguesa: "rebentar". Incorporou vários ritmos folclóricos como os Magika, Xingombela e Zukuta, sendo também sujeita à influência ocidental. Foi desenvolvida em Maputo, a capital de Moçambique, que até à independência daquele país, era conhecida como Lourenço Marques. Começou no final dos anos 30, com artistas mais antigos como Fany Mpfumo e Dilon Djindji, que iniciaram a sua carreira em 1939. Torna-se popular na década de 1950 com conjuntos como Djambu e Hulla-Hoope Harmonia. A popularidade da marrabenta atinge novo pico na década de 1980 com bandas como Eyuphuro e Orquestra Marrabenta Star de Moçambique. Mais tarde, a banda moçambicana Mabulu mistura o estilo rap e marrabenta.

 

(01 de Fevereiro, as 20:30min no Centro Cultural Franco Moçambicano)

 

(02 de Fevereiro, as 13:30min na Estação CFM)

 

(03 de Fevereiro, as 15:30 na Costa do Sol)

segunda-feira, 28 janeiro 2019 03:30

Música / Marrabenta da velha guarda

Para o nosso primeiro show de marrabenta da velha guarda deste ano, trazemos um músico de referência no panorama nacional: Alberto Mucheca. Nascido a 01 de Janeiro de 1946, em Chibuto, província de Gaza, faz a sua primeira gravação no estúdio 1001 em 1972. Hoje, Alberto Mucheca conta com seis álbuns. Autor de temas como “Ulava Nikuyini”, “Mu jhoni jhoni”, “Aldeia 25 de Junho” e “Beijo”, Mucheca é um fazedor de Marrabenta de raiz, que usa a música para expressar suas alegrias e insatisfações sociais e políticas. Temas como casamento prematuro, prostituição, migração e amor, são parte do seu repertório original e relevante.

 

(01 de Fevereiro, as 18 Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

segunda-feira, 28 janeiro 2019 03:27

Sarau Cultural / Palavras são Palavras

O projecto Palavras são Palavras é um evento criado e realizado pela empresa Palavra & Palavras Eventos, Lda. (P&P Eventos, Lda). Este projecto tem como objectivo realizar um evento onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. O sarau pode envolver poesia, leitura de livros, música acústica, cinema, fotografia, dança e também outras formas de arte como pintura, artesanato e teatro. Sua principal característica é o encontro entre pessoas que tem como objectivo expor o seu lado artístico ou transmitir um pouco do seu conhecimento adquirido no que diz respeito às diversas manifestações culturais. Nesta perspectiva, Palavras são Palavras é um projecto que visa resgatar a cultura de, contar e ouvir histórias, recitar poesias, despertar o gosto pela leitura, incentivar a produção de escrever poemas, escutar músicas, apresentação teatral, desenvolvendo assim o interesse pelos autores, escritores e, principalmente, motivar as pessoa à conhecer a diversidade cultural presente neste belo pais que é Moçambique. No futuro pretendemos levar o projecto a vários locais de Moçambique, sobre tudo nas escolas. Para tal necessitamos de todos o tipo de apoio, patrocínio e parcerias para levar este projecto avante.

 

(01 de Fevereiro, as 17:30 min em Maputo)

O comerciante da Maxixe, Balesh Moanlal, raptado na passada sexta feira à noite no restaurante “Nacional”, localizado na Estrada Nacional N1, a poucos km do centro da cidade, no sentido norte, continua ainda no cativeiro. Fonte da comunidade hindu da Maxixe disse à “Carta” que a família de Balesh ainda não foi contactada pelos raptores. O caso deu-se por volta das 23 horas, quando três homens mascarados irromperam no “Nacional” e terminaram abruptamente um jantar que reunia amigos maioritariamente comerciantes da comunidade. Quando os mascarados desceram do carro que os transportava, empunhando as armas, os convivas entraram em pânico e puseram-se em fuga. 

 

O dono do restaurante, Subhash Arquissandas, próspero comerciante da Maxixe, um dos herdeiros do Grupo Chizingo, foi baleado na coxa e permaneceu estatelado. De acordo com uma fonte, todos os outros conseguiram fugir, mas Balesh teve um ataque de pânico e deixou-se cair. 

 

Os raptores tentaram levar Subhash, que estava ferido. Não conseguiram carregá-lo. Acabaram por levar consigo Balesh. “O alvo era Subhash”, disseram fontes de “Carta”. Os eventos duraram uns quatro minutos. Os raptores zarparam com Balesh em direcção à zona de expansão da cidade da Maxixe. “Carta” sabe que Subhash, depois de receber tratamento médico no Hospital Rural de Chicuque foi evacuado para Nelspruit. Balesh continua no cativeiro. Os dois empresários estão na casa dos 50 anos.(Carta)

domingo, 27 janeiro 2019 11:54

Mulher de Lacá também morre

A esposa do empresário de Lichinga, Fazal Lacá, dona Lina, acaba de perder também a vida na sequência dos ferimentos graves que sofrera no acidente de ontem que tirara a vida ao marido. A senhora havia sido ferida gravemente num braço, mas terá sofrido demasiadas contusões causando-a hemorragias internas. O enterro de Fazal Lacá tinha sido adiado para amanhã justamente porque os lideres religiosos locais esperavam que a mulher recuperasse, para ser informada. Lacá era natural de Inharrime, em Inhambane, e tinha 78 anos de idade. (Carta)

Uma carta que Samora Machel Júnior tencionava enviar ao Presidente da República, Filipe Nyusi, através do seu gabinete, acabou circulando nas redes sociais antes de chegar ao destinatário, apurou “Carta de Moçambique” de fontes reputadas. Antes de enviar formalmente a missiva para o gabinete de Nyusi, Samora quis dar conhecimento ao SG da Frelimo, Roque Silva, e aos dois antigos Presidentes da República, designadamente Armando Guebuza e Joaquim Chissano. O documento surgiu circulando sexta-feira à noite nas redes sociais, tendo-se tornado viral ontem de manhã. Fontes de “Carta” asseguram que o documento foi vazado, alegadamente para criar a percepção de que Samora Júnior prefere discutir assuntos com interlocutores do partido na praça pública, ao invés de usar os canais e os palcos internos.

 

Na sua carta para Filipe Nyusi, Samora Machel apelava o PR à “convocação de uma reunião magna, para discutir, sem reservas e limitações, o estado actual do Partido e do País” e acrescentava que isso era “uma obrigação inevitável à luz do seu mandato”. Subscrevendo a carta como membro do Comité Central da Frelimo, Samora disse que a formação estava a viver uma crise profunda e, por isso, era tempo de “se tomar acções decisivas e voltar a encarreirar o Partido no caminho certo, ao lado do Povo”.

 

Entre os grandes factores para a crise, Samora elencou vários aspectos, como o envolvimento de altos quadros do partido no esquema de fraude financeira das chamadas "Dívidas Ocultas"; o posicionamento do partido na legitimação das garantias soberanas ilegalmente concedidas; a inclusão dessas dívidas, contraídas por empresas privadas, no orçamento do Estado, fazendo que o seu pagamento atravesse, pelos menos, duas gerações de moçambicanos;  o crescimento e a perpetuação da insegurança de bens e pessoas no norte do país, sem capacidade de controlo do crescente extremismo étnico que está evidente; a destruição económica das empresas públicas e privadas da nossa economia; e a degradação de Moçambique nos índices de negócios e corrupção internacionais, entre outros.

 

Ele referiu-se igualmente ao “aumento do custo de vida com um incremento brutal de taxas e impostos que estão para além da capacidade normal das carteiras moçambicanas, asfixiando o nosso desenvolvimento económico”. E não deixou de recordar a sua exclusão, sem explicação, da corrida eleitoral para a escolha do cabeça de lista da Frelimo para as recentes eleições locais em Maputo, naquilo que interpretou como um “atropelo estatutário”, uma situação que, diz ele, ocorre nos últimos anos a vários níveis da hierarquia, imperando “um desrespeito pelas normas que deveriam servir para o são funcionamento das instituições”. (Carta)