Enquanto a saga das dívidas ocultas em Moçambique se desenrola nos tribunais nacionais e internacionais, há enormes indícios de que o escândalo corre o risco de se propagar para Angola, onde crescentes evidências de acordos de aquisição não transparentes ameaçam minar a campanha anti-corrupção do governo e a recente recuperação económica em 2019. Um relatório do EXX Africa Business Intelligence, uma firma londrina, divulgado no fim de semana, diz que há enormes indícios do envolvimento dos principais líderes políticos angolanos no escândalo das dividas moçambicanas, que não foram totalmente descobertos.
Eventuais novas revelações ameaçam minar a campanha anticorrupção popular e de alto nível do governo angolano, criando também embaraços aos principais políticos angolanos, representando novos riscos de reputação aos investidores em Angola. A EXX Africa conduziu uma investigação desde a origem para explorar o papel da elite política angolana no escândalo do endividamento de Moçambique e a potencial existência de emissão de dívidas ainda não divulgada.
Em particular, há vários indicadores vermelhos em torno dos acordos da Privinvest em Angola que surgiram ao longo da investigação, alguns dos quais sinalizam riscos de reputação ao presidente angolano João Lourenço. As relações de Angola com o FMI e a perspectiva de uma recuperação económica em 2019 poderão ficar abaladas.(Carta)