Se me perguntares sobre a crise económica
Que a tantas entranhas macabramente carcoma
Mesmo depois dos famigerados acertos da Kroll
Associada às ameaças de malandros doadores
Aprumada de reclamações de gente faminta
Protestos desencantados de um cúmulo de teóricos
E canções malnutridas que de pálidos lábios ecoam
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre o ignorado esconderijo
Onde astuta e em tendenciosas propagandas
As moedas que dos nossos bolsos desapareceram
E hodierno nossos filhos lamentam esfomeados e imóveis
NADA TE DIREI!
Se me insistires e perguntares
Sobre as esquinas das ocultas negociações
Os conflitos armados ao relento travados
A crónica da cruel e aplaudida pobreza absoluta
E abismo mal-acostumado de paulados analistas
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre o paradeiro da boa educação
Onlinamente desnutrida pela falta de qualidade e dispositivos
Em somatório pálido à ineficaz rede de acesso móvel
E os meninos que há tempo sonham com salas de aulas dignas
NADA TE DIREI!
Se insistentemente me perguntares
Sobre consultas médicas monetariamente apadrinhadas
Médicos abandonados aos desvarios da pandemia em laboratórios forjada
E o reajuste salarial que há tempos os nossos pais reclamam
NADA TE DIREI!
Se quiseres teimosamente saber
Sobre o plano agrícola carinhosamente desnutrido
Alegando suportar famílias nos campos malnutridas
Sabotadas pela desnutrição crónica do exaltado sustenta
NADA TE DIREI!
Se continuares e me perguntares
Sobre a apreciação da nossa pálida moeda
Que nos bolsos do pacato cidadão escasseia
E nas contas de decisores de políticas público-monetárias abunda
E em bolsas de nossas mamanas nos dumbanengues desaparece
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre nossas mães, irmãs e filhas
Matalanizadas entre ramos secos naquela floresta governamental
E em escritórios de Supervisores de turnos e tarefas
Que defendem tutu mafia e pura obra de ficção ser
NADA TE DIREI!
Se quiseres saber sobre o relatório da Comissão de Inquérito
Para aferir os relatos do CIP e de mulheres ndlavelizadas
Por supostos agentes de disciplina e boa conduta
Indiciados de estabelecer negociações público-privadas
Para suas vontades e prazeres perante todas satisfazerem
E em suas contas, em comissão, de moedas encherem
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre a consumista mambas desvenenada
Que cuspe derrotas a cada vez que na floresta desfila
E a juventude planificadamente amamentada com leite carmesim
Filhos e netos das mamanas que coloridas capulanas adoram
Mas nada fazem pelas mártires de Ndlavela e Matalane
NADA TE DIREI!
Se insistentemente me questionares
Sobre os jovens que esforços de meninos primários banalizam
Enquanto eles confiantes incalculáveis memes produzem
E socialmente, em suas redes, fotos sem conteúdos disseminam
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre nossa vontade de alguma coisa querer ser
Mesmo sem prévia consulta e indicação de chefaturas monopolistas
Em meio à decadência e extinção de fortes candidatos que no povo pensam
NADA TE DIREI!
Se me perguntares sobre a nossa desviada madeira
E luxuosas máquinas que pelas fronteiras atravessam
Em boladas coadjuvadas por agentes e filhos da pátria amada
E dos cofres do Estado avultadas quantias para bolsos particulares encaminha
NADA TE DIREI!
Se me pedires para continuar a descrever
A frustração que hoje em nosso pátio sem máscaras se vive
Meu punho de escrivão encravarei
Meus pergaminhos distantes guardarei
Meus desnutridos lábios em defesa cerrarei
E NADA TE DIREI!
Por conseguinte, hoje, acanhados
Pelo sucesso do NADA TE DIREI
Os corolários desta atitude bebemos nós
E para Michafutene caminhamos, silenciosamente!
Mesmo assim, NADA TE DIREI!