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BCI
quarta-feira, 21 julho 2021 08:46

Nada te direi...

Escrito por

Se me perguntares sobre a crise económica

Que a tantas entranhas macabramente carcoma

Mesmo depois dos famigerados acertos da Kroll

Associada às ameaças de malandros doadores

Aprumada de reclamações de gente faminta

Protestos desencantados de um cúmulo de teóricos

E canções malnutridas que de pálidos lábios ecoam

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre o ignorado esconderijo

Onde astuta e em tendenciosas propagandas

As moedas que dos nossos bolsos desapareceram

E hodierno nossos filhos lamentam esfomeados e imóveis

NADA TE DIREI!

 

Se me insistires e perguntares

Sobre as esquinas das ocultas negociações

Os conflitos armados ao relento travados

A crónica da cruel e aplaudida pobreza absoluta

E abismo mal-acostumado de paulados analistas

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre o paradeiro da boa educação

Onlinamente desnutrida pela falta de qualidade e dispositivos

Em somatório pálido à ineficaz rede de acesso móvel

E os meninos que há tempo sonham com salas de aulas dignas

NADA TE DIREI!

 

Se insistentemente me perguntares

Sobre consultas médicas monetariamente apadrinhadas

Médicos abandonados aos desvarios da pandemia em laboratórios forjada

E o reajuste salarial que há tempos os nossos pais reclamam

NADA TE DIREI!

 

Se quiseres teimosamente saber

Sobre o plano agrícola carinhosamente desnutrido

Alegando suportar famílias nos campos malnutridas

Sabotadas pela desnutrição crónica do exaltado sustenta

NADA TE DIREI!

 

Se continuares e me perguntares

Sobre a apreciação da nossa pálida moeda

Que nos bolsos do pacato cidadão escasseia

E nas contas de decisores de políticas público-monetárias abunda

E em bolsas de nossas mamanas nos dumbanengues desaparece

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre nossas mães, irmãs e filhas

Matalanizadas entre ramos secos naquela floresta governamental

E em escritórios de Supervisores de turnos e tarefas

Que defendem tutu mafia e pura obra de ficção ser

NADA TE DIREI!

 

Se quiseres saber sobre o relatório da Comissão de Inquérito

Para aferir os relatos do CIP e de mulheres ndlavelizadas

Por supostos agentes de disciplina e boa conduta

Indiciados de estabelecer negociações público-privadas

Para suas vontades e prazeres perante todas satisfazerem

E em suas contas, em comissão, de moedas encherem

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre a consumista mambas desvenenada

Que cuspe derrotas a cada vez que na floresta desfila

E a juventude planificadamente amamentada com leite carmesim

Filhos e netos das mamanas que coloridas capulanas adoram

Mas nada fazem pelas mártires de Ndlavela e Matalane

NADA TE DIREI!

 

Se insistentemente me questionares

Sobre os jovens que esforços de meninos primários banalizam

Enquanto eles confiantes incalculáveis memes produzem

E socialmente, em suas redes, fotos sem conteúdos disseminam

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre nossa vontade de alguma coisa querer ser

Mesmo sem prévia consulta e indicação de chefaturas monopolistas

Em meio à decadência e extinção de fortes candidatos que no povo pensam

NADA TE DIREI!

 

Se me perguntares sobre a nossa desviada madeira

E luxuosas máquinas que pelas fronteiras atravessam

Em boladas coadjuvadas por agentes e filhos da pátria amada

E dos cofres do Estado avultadas quantias para bolsos particulares encaminha

NADA TE DIREI!

 

Se me pedires para continuar a descrever

A frustração que hoje em nosso pátio sem máscaras se vive

Meu punho de escrivão encravarei

Meus pergaminhos distantes guardarei

Meus desnutridos lábios em defesa cerrarei

E NADA TE DIREI!

 

Por conseguinte, hoje, acanhados

Pelo sucesso do NADA TE DIREI

Os corolários desta atitude bebemos nós

E para Michafutene caminhamos, silenciosamente!

Mesmo assim, NADA TE DIREI!

Sir Motors

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