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quinta-feira, 27 maio 2021 10:13

Ligações comerciais perigosas

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 A família Hilmer vivia há décadas em Cabo Delgado. Eram provenientes da República da África do Sul e tinham vários negócios. Alguns duvidosos e outros não. Os Hilmers eram bons contribuintes para a economia local e não só. Com um Resort luxuoso numa das Ilhas da linda província, estabelecimentos comerciais e outros investimentos. Vivendo em Moçambique há décadas, os Hilmers também eram apoiantes do partido no poder - Frelimo. Mas quando a guerra começou a sua vida entrou em decadência.

 

Tudo começou quando agentes do Serviço secreto moçambicano intersectaram alguns jovens que frequentavam os seus estabelecimentos e apresentavam algum comportamento esquecido. Os homens transportavam valores monetários e circulavam pelas zonas afectadas pelo conflito. Capturados, alguns apontaram  August Hilmer como financiador. O caso foi bastante investigado e houve até mulheres infiltradas, uma vez que mesmo casado, August Hilmer apreciava uma boas pernocas das lindas jovens da terra do gás e do pescado.

 

Na investigação percebeu-se que Hilmer tinha uns negócios duvidosos que coincidiam com uma das coisas que mais circulava, nos distritos afectados pela – órgãos de seres humanos. Os agentes escalaram a casa de Hilmer – balearam-no num dos membros superiores e foi raptado. A sua esposa Janeth Hilmer circulou por tudo que era esquadra e hospital, mas não o encontro – o homem estava desaparecido. Foram criadas várias narrativas sobre o homem. Mas a verdade é que havia sido detido.

 

Foi um caso melindroso. O homem morreu na posse das autoridades e sem responder pelas alegações criminosas que lhe eram feitas. Pássaros da justiça argumentavam que o homem só abriu a boca para dizer que iria falar na presença de grandes chefes do país – dois presidentes! Estranhamente, foi encontrado morto num hospital, depois de passar mal quando tomava uma refeição no estabelecimento penitenciário – o homem não aguentou e o caso foi tratado a sete chaves.

 

Janeth Hilmer com vícios ligados a droga e álcool, perdeu-se mais. O medo de enfrentar a longa luta pela justiça e do nome do chefe de família que estava linchado na praça pública e corredores internacionais. Ela lutou até onde pode. Desamparada e sem permissão para que os filhos entrassem em Moçambique, Janeth Hilmer perdeu a vida doente, uma vez que desde que August, seu grande amor, já não estava no mundo dos vivos – mesmo com toda riqueza, casas luxuosas e dinheiro para fartar, ela perdeu a vontade de viver e dormia no carro– sentiu a dor da injustiça e de estar do lado dos perseguidos – mesmo com os amigos presidentes, ministros, governadores e empresários renomados que antes confraternizavam juntos, na hora H, desapareceram e ficaram a ver o filme ao vivo.

 

Na montanha das tramoias contra a família Hilmer, estava o combate por uma área turística e de exploração de recursos petrolíferos e gasoduto que haviam ocupado e tinham o título de propriedade há anos. Mas os "novos ricos" da província e do país não tinham como o retirar formalmente – então, inventaram que o homem era um financiador depravado, viciado em sangue humano e que tinha passagem pelo famigerado batalhão Búfalo, designado 32º da elite sul-africana que interveio na guerra civil Mangolé e na guerra da independência dos Nama e Herero – na Namíbia. Os inimigos vaticinaram estes factos e difundiram falsas informações sobre o homem e sujaram a sua biografia para sempre…!

 

Os Hilmers deixaram muita riqueza e com a guerra ninguém sabe quem terá se apoderado dela, uma vez que os filhos todos foram proibidos de pisarem em Mossambike!

Sir Motors

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