Na virada do ano pensei no Estado moçambicano em 2021, sobretudo na sobrevivência ou resiliência dos elementos que compõem um Estado: Território, Povo e Poder Político/Soberania. Cogitei sobre cada um deles e no final uma pergunta ficou no ar: o que será destes elementos na Pérola do Índico em finais de 2021?
Na esteira da cogitação lembrei-me que na primeira década do século em curso participei em vários tipos de eventos cujo objecto era o combate à pobreza ou mesmo o desenvolvimento do país. A dado momento não me revia nos propósitos dos planos em debate por achar que não eram os mais correctos para o que o país precisava. Entendia eu que o principal objectivo passava por “Organizar o Estado” e não o de reduzir/eliminar a pobreza ou o de crescer o país de x para y. Na altura partilhei esta ideia com uma amiga que tratou logo de discordar e no lugar propôs que “Organizar as pessoas” é que deveria ser o objectivo. Na defesa do seu argumento ainda alinhou uma série de altos dirigentes como exemplos de que antes de organizemos o Estado devíamos organizar as pessoas. Foi difícil não concordar.
Hoje, decorridos mais de 10 anos da conversa, acabei ligando para a citada amiga afim de partilhar a minha inquietação, a que ficara no ar acima. Mal eu terminara a contextualização e a decorrente inquietação, ela perguntou: “Já habemus pessoas?” Certamente uma outra pergunta que fica no ar. De toda maneira, e para terminar, tal como a maioria de nós recebeu um “votos de próspero 2021”, vai o meu “Próspero 2021 Estado Moçambicano”.