Muçulmano que era, Abdul foi velado na Mesquita Chadulía, e enterrado no Cemitério de Lhanguene, logo no dia seguinte, conforme os preceitos da sua religião…
Emocionei-me ao ver a quantidade de ex-colegas do Abdul que o acompanharam à sua última morada.
Emocionei-me porque – eu que fiz jornalismo desportivo nessa altura de ouro do nosso futebol – revivi factos indeléveis e indesmentíveis: o pessoal daquela geração é uma família! Ficou provado este sábado…
As ditas “estrelas” de hoje, seja no futebol seja noutras áreas, não tem disso. São superstars! Uns egoístas! Ninguém acompanha ninguém… É por isso que muitas vezes me sinto um privilegiado: fiz jornalismo desportivo naquela para mim foi a melhor altura do desporto deste país…
Neste sábado ao ver a malta daquela época (Nana, Tembe, Abamia, Uzaras, Nelinho, Kampango, Maninho, entre outros) veio-me uma lágrima no canto do olho…
Curiosamente, na mesma sexta-feira em que Abdul perdeu a vida, também faleceu um outro “colosso“ do nosso futebol – também ele um defesa lateral, mas de uma geração anterior: Frederico!... Capitão do Desportivo. Daquele Desportivo do final dos 70 e princípio dos 80. O Desportivo de Calton, Sitói, Aurélio, Miguel (dos Santos), Mesquita, etc… Ao que soubemos, Frederico já se encontrava doente há algum tempo, tendo sido submetido a tratamentos em Portugal.
Às famílias desses dois craques vão as nossas sentidas condolências…