Faz algum tempo que eu contei a saga sobre a “Revolta dos Beneficiários” cujo epicentro é a “Lista dos Participantes”, vulgo de presenças, e que circula nos seminários para o seu preenchimento e assinatura. Foi graças à assinatura desta lista que os beneficiários de potenciais apoios de projectos ou programas de combate à pobreza e/ou de promoção do desenvolvimento chegaram a uma lista geral de cidadãos, entre nacionais e estrangeiros, a serem punidos com a pena máxima, uma sentença decorrente da alegação de que os beneficiários, o potencial grupo alvo de tais projectos, foram usados no lugar de apoiados. Daí a “Revolta dos Beneficiários”.
Com a Covid-19 e por força da proibição de aglomerações e do fecho de fronteiras , a“ Lista dos Participantes” foi uma das principais vítimas e também uma salvadora da Covid-19. A sua ausência impactou negativamente na economia, sobretudo na indústria hoteleira e de transportes, e ainda evitou contactos de alto risco, atendendo que os seminários, pelo menos os ditos bem sucedidos, constituem um cocktail de participantes provenientes de diversos locais a nível nacional assim como internacional.
Para a História, fora o bom do lado salvador, creio que será pelo lado das vítimas que a História lembrará a “Lista dos Participantes” em tempos da Covid-19. Numa outra perspectiva, e a fechar, a ausência da “Lista dos Participantes” reduziu a possibilidade de alguns ( os mais assíduos) ocuparam os lugares cimeiros de cidadãos a abater ou, no mínimo, a constarem na lista da “Revolta dos Beneficiários”.
PS: Na retoma dos seminários é possível que os dados a preencher da “Lista dos Participantes”, nomeadamente o nome, organização, função, proveniência, contactos bem como a respectiva assinatura ou rubrica, sejam acompanhados por outros sobre a Covid-19, tais como: “Positivo ou Negativo”, “Positivo Activo ou Recuperado”, “Sintomático ou Assintomático”, “Quarentena Domiciliar ou Hospitalar” e por ai adiante.