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sexta-feira, 31 janeiro 2020 06:49

Praias de Maputo: quando limpar é sujar

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Um grupo de assaltantes de bancos depois de uma das suas incursões -  das mais ousadas e lucrativas  - delibera que a divisão do dinheiro  seria feita no dia seguinte logo que soubessem do valor através da imprensa. Para eles não havia necessidade para tanta massada, pois alguém faria por eles. O mesmo raciocínio para a limpeza que é feita nas praias do Conselho Autárquico da Cidade de Maputo (CACM), sobretudo  as situadas na Av. Marginal: porquê deixar limpa se alguém (associações/voluntários)  virá limpar?  

 

Num texto recente e sobre a cidade defendi que não se consegue  combater os males e lutar pelo desenvolvimento da cidade  sem a participação activa dos seus munícipes e visitantes. E de que uma “cidade bela, limpa, próspera e empreendedora” ( a visão do CACM) só seria possível ser alcançada quando os próprios munícipes (e visitantes)  se apropriarem da cidade e no caso das suas praias.

 

O intróito foi a propósito  da realização (30 de Janeiro) da primeira  auscultação pública da proposta de postura sobre a protecção, gestão e utilização  da costa de Maputo e em particular  das jornadas regulares/sistemáticas e pontuais de educação cívica e de limpeza que são feitas tendo como epicentro as praias de Maputo. Pelo que se consta o resultado não difere do da Ajuda Pública ao Desenvolvimento: os respectivos destinatários resistem veementemente  aos esforços  empreendidos por quem quer ajudar.  Alguma coisa não está a bater bem.  O que será?

 

Creio que a abordagem que é feita devia ser alterada.  A boa vontade e os recursos existentes deviam ser reorientados/centrados na capacidade municipal de encaixe e recolha do lixo (recipientes e transporte)  nos pontos previamente definidos.  Quanto a limpeza ao longo das praias que ficasse uma responsabilidade cívica  dos seus utentes. Estes - na sua maioria frequentadores cativos -  seriam os próprios protagonistas e fiscais do asseio da praia.

 

Em resumo e uma dica para a postura em elaboração: recolher apenas o lixo depositado nos pontos definidos e o resto deixar ao critério dos utentes. Do caos pode emergir a ordem. Mboralá experimentar!

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