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sexta-feira, 27 setembro 2019 08:49

TESTEMUNHA-SE A PROFECIA DE “AFONSO DHLAKAMA” SOBRE O FUTURO DA RENAMO

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Já se foi pouco mais de um ano, após a morte do presidente da RENAMO “Dhlakama”. Homem, este, cujo, discurso característico, a maioria guarda-lhe na memória. E no desenrolar do percurso desta formação política (pós, Dhlakama) muitos voltam à história para melhor perspectivar o futuro.

 

            É um facto simples que moveu comigo para escrever este artigo. Penso sobre o futuro que em pouco tempo de esperança dado pela assinatura do Acordo de 6 de Agosto de 2019 entre o Governo e a RENAMO no seu nível mais alto de ambas as partes e que em pouco tempo é contestado por uma parte da perdiz. O que está por de trás dessa facção interna na RENAMO? Será que é movido por uma má gestão do processo das negociações que conduziu as partes à assinatura do Acordo recente?       

 

Bom. Todas as hipóteses podem ser prováveis. Numa das conferências dirigida pelo Afonso Dhlakama nas serras de Gorongosa, (a última quanto ele em vida), no seu discurso abordou sobre o futuro do seu partido. Isto é, pensar na liderança desta formação política, onde, alertou que não se devia apenas centralizar-se na sua pessoa, pois a qualquer momento partiria sem volta e o partido não poderia parar por aí. Alertou ainda que a sua formação é política e democrática; diferentemente da estrutura tradicional. Onde, a sucessão é automática, de pai para o filho.

 

“…tem de se pensar no futuro da RENAMO, a comissão política pode propor quem pode dirigir o partido e se for eleito, eu, até, posso ajudar (…). Mas tem de se propor alguém que nos represente melhor, caso não, seremos envergonhados. Ah eu, ah eu é que estudei muito…ah eu, ah eu sou independente…seremos envergonhados. Temos que propor alguém capaz.” Pelas palavras disse Afonso Dhlakama.

 

Nesse discurso, o líder, ainda deu a possibilidade de haver facção interna movido por vários motivos e em viva voz disse: “haverá alguém que dirá que ele também pode dirigir, e isto, pode criar baixa ao partido”. Apelou ainda, que deveria se tomar cautela e paciência neste processo tendo em conta a complexibilidade da matéria. Esta profecia, hoje, está cumprida.

 

            A RENAMO reuniu-se numa conferência extraordinária, logo, após a morte do seu líder e indicou-se o líder interino para coordenar o partido e em especial o processo negocial da paz efectiva com o governo esperando o congresso que decidiria quem dirigiria esta formação política. O congresso realizou-se e elegeu democraticamente Ossufo Momade ao cargo de presidente da perdiz.

 

Pouco tempo depois, fomos apanhados de surpresa. General Mariano Nhongo acusa o líder de homicídio, promete-o a morte, declara o não reconhecimento do mesmo como líder e avança que a RENAMO juntar-se-ia para eleger seu presidente que levaria ao cabo todo o processo DDR. Os alegados mortos pelo líder provaram estarem transferidos e em vida. Os militares juntaram-se e elegeram Mariano Nhongo numa confusa designação: presidente da RENANO ou líder da Junta Militar da RENAMO (uma designação que penso ser encontrado no dicionário jornalístico para puder informar de forma específica sobre este grupo). Este grupo exige a renegociação do processo de paz e o adiamento das eleições de 15 de Outubro para melhor se preparar e ameaça usar força caso contrário.

 

É visível a olho nu o que Afonso Dhlakama prevera à sua sucessão de liderança. Há facção interna na RENAMO que periga Moçambique no seu todo. E, se este caso não se controlar de imediato penso que as baixas previstas não serão apenas para a RENAMO, mas para o Governo (independentemente dirigido com que partido que for a ganhar as eleições deste ano). Falo do Governo, pois, este vera sobre o bem-estar do povo, o escudo que será usado, e, é imperioso que o Governo esteja presente para aliviá-lo de qualquer mal. Daí, não vejo ninguém de boa vontade que pare para assistir este problema e que diga o problema é da RENAMO. Logicamente o problema é da RENAMO, mas as consequências serão de Moçambique no seu todo. Outros partidos podem tirar proveito disto, conquistando o eleitorado caluniando como afirma JENS ERDMANN em “A calúnia como instrumento da política (1941) ”.

 

O meu apelo é, todas forças vivas de Moçambique como no mundo inteiro têm de fazer a sua parte para que se ultrapasse esse impasse pacificamente. O meu muito obrigado

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