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quarta-feira, 03 maio 2023 06:59

Maxixe segundo Narciso Pedro

Escrito por

AlexandreChauqueNova

Seu nome renovou-se semana passada com o lançamento do seu livro – Poder tradicional no distrito da Maxixe. Se calhar pode ser uma grande surpresa, talvez um espanto para muitos, se tomarmos em conta o estado de saúde de um homem que implantou fundamentos sólidos visando um reordenamento territorial posteriormente aplaudido, depois de incompreensões e tumultos, durante a vigência do seu mandato como presidente do Conselho Municipal. Foi preciso arrojo para que os objectivos fossem alcançados, e os resultados estão aí. À vista de toda gente.


Narciso Pedro parecia esquecido depois da aposentação, no sentido de que aparentemente já não se esperava muito dele devido ao estado de saúde que lhe apoquenta, está paraplégico. Mas a força de espírito que lhe vai dentro contrariou o pessimismo, moveu a mente e trouxe “cá fora” uma obra que pode levantar um debate, aliás ele próprio questiona: “os cabos de terra indicados no distrito da Maxixe são daqui ou vieram de onde vieram? Poucos esperavam este contributo grafado em papel que vem nos mostrar o inconformismo do ex-edil.


Narciso Pedro reaparece de moto próprio, não esperou que lhe fossem buscar como a um fracassado, nem ficou de braços cruzados mamando do leite das vacas do passado. Ele ainda acredita no futuro e o futuro não se faz apenas com fé, é preciso amanhar novos pilares e deixar outros testemunhos como agora que o faz com “Poder tradicional do distrito da Maxixe”.


Narciso Pedro ressurge e com ele renovam-se os elogios do povo, que serão uma ode à audácia. Era imperiosa a coragem de se ir contra a superstição e os tabus para que se reorganizasse uma cidade que estava aos frangalhos em termos urbanísticos, e este homem teve essa coragem. Enfrentou as barricadas da população, agrediu os costumes com determinação e lanças da modernidade, ignorou os choros e os lamentos daqueles que viriam a ver as suas casas demolidas, as suas benfeitorias. Mas o edil fazia isso a bem de todos, e hoje esses todos aplaudem em unanimidade o trabalho feito por alguém que sabia muito bem o que estava a fazer.


“Poder tradicional no distrito da Maxixe” serviu também para isso, lembrar-nos que Narciso Pedro é o tipo de dirigentes que Moçambique precisa. Não será a paraplegia que vai apagar um dos nomes mais queridos numa cidade-entreposto que carece de alguém com capacidade e visão para que os fundamentos deixados não sejam em vão. Se há coisas que foram mal direccionadas depois , como as construções desaconselháveis em quase toda a marginal, então urge um dirigente para vestir o fato-macaco deixado por Narciso Pedro e reorientar tudo, a bem da beleza paisagística da Maxixe.

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