“Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco”.
(Edmundo Burke, 1729-1797, Escritor e Político Anglo-irlandês)
Nós, os números:
Somos apenas 10 irmãos
Do mais novo “0” ao mano “9”.
Soltos, representamos senão lúgubre unidade
E se restringe, deveras, nossa quantidade!
Todavia, unidos
Somos a complicação de muitas mentes!
Jovens, adultos e velhos
Com ou sem casaco, trémulos
Reclamam o poder e a influência
Da nossa estratégica associação!
Ademais, reconhecemos que as letras
Engenhosamente grafadas ou manuscritas
Unidas, geram a temida Matemática
Mas nós construímos a sua essência
E isso as letras designam ciência!
Igualmente, nós, as letras:
Somos senão vinte e seis membros
De classes de cinco e vinte e uma
E a nossa influência é sem preço
Basta olhar para as palavras e frases
Expressões, folhetos, livros e compêndios
Somos a chama de grandes revoluções!
Soltas, desde a novata “a” a sonora “z”
Limitam-se nossa influência e nosso poder
Encolhem-se e estacionam-se as mais nobres mentes
Perdem-se a cor e o brilho das coisas
E quase sobre nada se pode escrever!
Entretanto, quando unidas:
Nascem pensamentos e sonhos
Despertam-se revolucionárias ideias,
Aureoladas e extraordinárias conquistas!
Além disso,
Erguem-se enormes livrarias
Clássicas e modernas bibliotecas
E a chama por um mundo melhor
Encontra em nós o seu embrião!
Bem que os homens
Que nos pensaram e deram vida
Poderiam algo de nós aprender
Pois se isolado cada um permanecer
Sua influência será de menor alcance!
Entretanto, os homens
Longe das nossas expectativas
Buscando auto-reconhecimento e vanglória
Aprenderam, com invejável destreza, a unir-nos
E esquecendo-se de si próprios e da sociedade que criaram
Hodierno, vivem resmungando socorro!
E nós, números e letras
Minúsculas ou maiúsculas
Em algarismo ou por extenso
Unânimes, somos o fósforo da revolução!