Passam quase três meses, desde que Agostinho Zacarias Vuma, Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), foi vítima de um atentado (aconteceu a 11 de Julho último), à saída do seu escritório, em Maputo. Entretanto, o caso ainda não foi esclarecido e o mais caricato é que o empresário e político ainda não foi notificado pelas autoridades para cooperar no esclarecimento do caso, alegadamente porque ainda estava em quarentena.
“Uma das razões porque falo só hoje à imprensa é que estivemos a gerir o tempo de quarentena que terminou semana passada. Nosso desejo era fazer essa declaração à imprensa imediatamente antes de sair ao público. E, por essa mesma razão ainda não temos qualquer notificação das autoridades da justiça para esclarecer ou cooperar neste caso”, disse Vuma, em conferência de imprensa, concedida na tarde desta quarta-feira, em Maputo.
Entretanto, sublinhe-se, a CTA comunicou, no passado dia 11 de Setembro, o regresso do seu Presidente ao trabalho, pelo que era suposto já ter sido contactado pelas autoridades, passados 19 dias.
“Quase três meses, ainda não temos informação sobre os actores deste crime”, sublinhou Vuma, que diz não saber se proferiu o nome “Salimo” durante o atentado, numa tentativa de desmentir o segurança que foi ouvido pela imprensa, após o incidente.
“Sobre as testemunhas, não posso precisar porque saí dali muito consciente, até à altura em que fui induzido ao coma. Não sei se teria dito Salimo. Alguém lá fora, mas a forma como eu saí, essa testemunha, se não for meu canalizador, se não for o meu estafeta, então não sei se tinha verdade essa testemunha. Pode ser matéria importante para constar do trabalho que a justiça está a fazer”, afirmou Vuma.
Porém, estranhamente, confirma que o tal “Salimo” foi e continua detido pela Polícia da República de Moçambique.
À margem da conferência, “Carta” questionou ao Presidente da CTA se não achava estranho os quase três meses sem qualquer esclarecimento por parte das autoridades da justiça. Vuma respondeu nos seguintes termos: “O tempo aumenta também a nossa ansiedade. Se calhar esse atraso deveu-se ao facto de estar em tratamento. Mas, estou tranquilo porque durante o tratamento houve um suspeito e detido. Esperamos que saído da quarentena, possa colaborar com as autoridades da justiça”.
Durante a conferência que contou com perto de duas dezenas de empresários, Vuma repudiou com veemência o atentado que sofreu, e todo o tipo de criminalidade que os empresários têm sofrido.
“É minha firme esperança que a justiça seja feita e que este crime seja esclarecido, com a maior brevidade. Para isso, a nossa sociedade poderá contar com o meu fervoroso contributo”, concluiu. (Evaristo Chilingue)