O Secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou ontem os assassinatos, em Moçambique, de dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e apelou a uma rápida investigação dos acontecimentos.
O porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq, disse em comunicado que o secretário-geral da ONU "condena veementemente" as mortes em Maputo de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), partido que apoia o candidato presidencial, mortos a tiro na sexta-feira à noite.
“O secretário-geral expressa as suas mais profundas condolências às famílias e entes queridos das vítimas e insta as autoridades a investigarem rapidamente os assassinatos e a levarem os seus autores à justiça”, observou.
António Guterres apela ainda "a todos os moçambicanos, incluindo os dirigentes políticos e os seus apoiantes, a manterem a calma, exercerem contenção e a rejeitarem todas as formas de violência antes do anúncio oficial dos resultados", das eleições do passado dia 09.
No comunicado ontem divulgado, Guterres reitera ainda "a solidariedade das Nações Unidas para com o povo de Moçambique e reafirma o seu apoio inabalável à paz e à estabilidade durante esta importante fase da história do país."
A polícia moçambicana confirmou no sábado, à agência Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias e Paulo Guambe foi alvo de uma “emboscada”. O crime aconteceu cerca das 23:20 locais (menos uma hora em Lisboa) de sexta-feira, na avenida Joaquim Chissano, no centro da capital.
O Governo português, a União Europeia e as representações diplomáticas em Maputo dos Estados Unidos da América, Canadá, Noruega, Suíça e do Reino Unido condenaram o duplo homicídio, entre apelos a uma investigação cabal e rápida.
Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência, o chefe de Estado português disse estar preocupado com a situação em Moçambique. “O Presidente da República acompanha o Governo na condenação dos assassinatos de ontem e nas preocupações com a atual situação em Moçambique”, lê-se na nota publicada.
No entanto, o Presidente moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, ainda não se pronunciou acerca do duplo homicídio. (Lusa/Carta)