Pouco mais de 22 milhões de cidadãos em Moçambique não têm acesso à Internet, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Autoridade Reguladora das Comunicações de Moçambique (INCM).
Segundo o Presidente da INCM, Tuaha Mote, que falava no encontro de apresentação dos resultados de um inquérito aos utilizadores dos serviços das telecomunicações, existem vários aspectos que estão por detrás do baixo número de pessoas que têm acesso à internet.
“Grande parte da população moçambicana é constituída por mulheres que na sua maioria não trabalham e o que deve acontecer é que grande parte dos dispositivos para aceder à internet devem ser acessíveis e acompanhados de serviços também acessíveis. Acreditamos ainda que o sector informal pode contribuir para o uso das tecnologias de informação e comunicação”, disse.
O inquérito, realizado em coordenação com o Instituto Nacional de Estatística (INE), indica que o custo de vida e o poder de compra dos moçambicanos é muito baixo em relação aos outros países membros da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), razão pela qual Moçambique encontra-se no quinto lugar em termos de acesso à Internet. Os dados do inquérito mostram ainda que o acesso à Internet em Moçambique tem custos altos e o poder de compra dos moçambicanos é baixo.
Entretanto, os números revelam que o país conta com cerca de seis milhões de moçambicanos que têm acesso à Internet. Por outro lado, até Dezembro do ano passado, os dados do INCM apontavam que apenas 50 por cento da população tem acesso aos serviços de telecomunicações. (Marta Afonso)