Organizações Não Governamentais Internacionais que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, nas regiões afectadas pelo terrorismo, afirmam que a falta de recursos para acções humanitárias tem sido a causa de sucessivas interrupções na prestação de ajuda. A informação foi avançada num comunicado de imprensa do grupo da ONG liderada pela Save the Children, que está no terreno a acompanhar a situação.
“A resposta humanitária em Cabo Delgado está seriamente subfinanciada e vemos isso no nosso trabalho de campo diário”, refere o comunicado. E acrescenta: “A situação em Cabo Delgado é desafiadora, apesar dos avanços alcançados com a coordenação e liderança do governo moçambicano. Os serviços humanitários são muitas vezes interrompidos por falta de fundos ou recursos, o que obriga apenas a intervenções pontuais”.
A escassez de fundos obriga as organizações humanitárias a interromper os seus esforços para atender às necessidades das populações afectadas. “As necessidades básicas não são satisfeitas”, acrescenta o documento.
“Os dados confirmam que, no fim de Junho, o Plano de Resposta Humanitária estava 19% financiado, tendo recebido 73 milhões de dólares. Os desequilíbrios de financiamento persistem com três clusters reportando zero por cento de financiamento”, destaca o comunicado.
Devido aos desafios, o Grupo diz que não consegue dar resposta eficaz às necessidades básicas das comunidades em crise, "situação que coloca Cabo Delgado em risco de ser esquecido, uma vez que a crise já dura cinco anos”.
No entanto, apesar deste cenário negativo, as ONGs prometem que continuarão a lutar para enviar equipas humanitárias especializadas e com experiência reconhecida em outras emergências complexas de outras partes do mundo para melhorar a qualidade da resposta no terreno. (AIM)