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segunda-feira, 04 janeiro 2021 08:01

Operadores turísticos dizem que actual movimento é “uma gota de água no oceano”

Devido à quadra festiva, operadores hoteleiros e turísticos estão a verificar um movimento desejável de clientes, situação que não foi vivida nos meses de pico da Covid-19. Todavia, diversos operadores entrevistados pela “Carta” afirmam que a actual situação é “uma gota de água no oceano”, face aos avultados prejuízos provocados pela pandemia, durante mais de oito meses de emergência.

 

Por essa mesma razão, os entrevistados dizem que 2020 é um ano para esquecer.

 

Quessanias Matsombe é um dos operadores contactados. Relatou que o empreendimento (de quatro estrelas) que gere, regista actualmente uma ocupação de 90%. “É uma situação normal nessa quadra festiva, mas isto não vem para ficar. Vai até primeira semana de Janeiro”, disse.

 

Perante tal situação, o operador disse: “não é uma ocupação de duas ou três semanas que vai atenuar o impacto da crise provocada pela pandemia. Os prejuízos foram de tal forma enormes, que ainda não há previsão de quando recuperar”.

 

Pacheco Faria é outro operador do sector. À semelhança de Matsombe, disse que a actual situação vivida em empreendimentos turísticos, que resistiram à crise pandémica, é normal e rapidamente vai passar. “O movimento não modifica nada. É uma gota de água no oceano, porque o negócio da quadra festiva não se vai prolongar para além da segunda semana de Janeiro, numa altura em que grandes países emissores de turistas estarão a voltar a fechar-se por causa de outras vagas da Covid-19, causadas em parte pelo surgimento de outras variantes do novo coronavírus”, afirmou Faria. 

 

Este entrevistado é da opinião que o ano findo é para esquecer, sobretudo para os micro, pequenos e médios empreendedores. “A situação vivida em 2020 foi crítica e caótica”, disse a nossa fonte.

 

Entretanto, para Faria, se o país reforçar as medidas de prevenção e combate à pandemia, durante o ano de 2021 e a nova variante da Covid-19 registada na África do Sul não se alastrar a Moçambique, os empresários nacionais do sector poderão, a partir de Julho próximo, começar a reerguer-se. “Mas para voltarem a trabalhar como vinham, serão necessários 10 anos, porque o choque foi maior”.

 

Entretanto, dos nossos entrevistados, nem todos disseram estar a registar um movimento esperado. Tasslim Sidat, que é Director do Hotel Maputo, por exemplo, afirmou que, a partir de Dezembro, a curva da procura por serviços daquele empreendimento tendeu a cair. Neste momento, o hotel, com três estrelas, conta com uma ocupação de 20%, reportou a fonte.

 

Esse facto, revelou Sidat, deve-se à falta de turistas, principalmente estrangeiros que escalam o país para fazer negócios. O nosso entrevistado anotou que o hotel que gere é comercial, mas “nos últimos dias as organizações encerraram por causa da quadra festiva, daí que não há turistas, nem nacionais”.

 

Todavia, Matsombe, Faria e Sidat concordam que, se houver apoio para o sector, nomeadamente, empréstimos com condições altamente concessionais, os empresários poderão reerguer os seu negócios e, consequentemente, incrementar as suas contribuições para a economia, com impostos e postos de trabalhos.

 

Após 2020 ter sido um ano mau, os operadores auguram que 2021 seja melhor para o todo o sector e não só, apesar do grande desafio imposto pela contínua propagação da Covid-19, não obstante, em alguns países da Europa e América a vacinação tenha já iniciado. (Evaristo Chilingue)

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