Se no Relatório e Contas de 2018, o activo total da empresa apresentou um decréscimo, ao passar de 52.3 mil milhões de Meticais para 49.9 mil milhões de Meticais, de 2017 para 2018, tal cenário continuou a verificar-se em 2019.
No Relatório e Contas de 2019, da empresa pública Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), o Conselho Fiscal mostra que o activo da companhia continua a cair. O Conselho Fiscal, órgão interno da empresa, refere que o activo total dos CFM situou-se em 48.5 mil milhões de Meticais, representando um decréscimo de 3% face a 2018.
O órgão relata ainda que o passivo total daquela empresa também decresceu 18%, ao passar de 14.1 mil milhões em 2018, para 11.6 mil milhões de Meticais, em 2019.
“O resultado líquido, depois dos impostos, situou-se em 2.165,3 milhões de Meticais, ou seja, um decréscimo de 1% em relação ao apurado no exercício de 2018”, reporta o Conselho Fiscal.
Com base no relatório do Conselho de Administração dos CFM, anexo ao mesmo informe, o desempenho negativo acima relatado resulta dos efeitos dos ciclones Idai e Kenneth que assolaram o centro e norte do país no primeiro semestre de 2019.
“Face aos prejuízos causados pelos dois ciclones, o Conselho de Administração viu-se na contingência de realizar despesas significativas não previstas para reposição de parte de infra-estrutura destruída (…) para garantir a continuidade das suas operações ferro-portuárias, bem como no apoio social dos trabalhadores afectados, directamente (…)”, lê-se no Relatório e Contas dos CFM referente a 2019.
Além disso, o Conselho de Administração dos CFM diz ter contribuído para aquele resultado a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos da América, a queda do carvão térmico no mercado internacional e a crise económica do Zimbabwe, caracterizada pela escassez de moeda externa.
Em 2019, os CFM investiram cerca de 3.3 mil milhões de Meticais, dos quais 60% foi direccionado para o incremento circulante, nomeadamente, locomotivas e vagões e equipamentos portuários.
A auditora interna e independente, feita pela Deloitte, não se opõe ao Relatório e Contas dos CFM referente ao ano económico de 2019, devidamente assinado pelo Presidente do Conselho de Administração, Miguel Matabel, concordando que não há motivos que possam interromper a continuidade das operações da empresa num futuro previsível. (Evaristo Chilingue)