Em comunicação à nação, esta quarta-feira (05), o Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, voltou a decretar novo Estado de Emergência por 30 dias. No seu discurso, falou da necessidade de se agilizar a retoma de voos internacionais, mas sem precisar a data, embora a 28 de Junho passado tenha anunciado a retoma de ligações aéreas com países seleccionados (não mencionados) em regime de reciprocidade.
Na comunicação do dia 28 de Junho, lembre-se, o Chefe de Estado justificou a pertinência da retoma de voos internacionais para permitir a deslocação de “especialistas, gestores e investidores para dinamizar o turismo e negócios” no país.
Nos dias subsequentes, o Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) avançou à “Carta” que, até ao dia 10 de Julho passado, ter-se-ia a lista dos países com que o país ia fazer ligações aéreas (embora sua aprovação devesse ter aval do Governo), mas até hoje não se conhece nenhum país.
Um mês depois, concretamente ontem, Nyusi volta a falar no assunto e sem precisar datas. “Iremos agilizar a retoma de voos internacionais que respeitem os cuidados de prevenção e controlo sanitário dos passageiros e dos aviões. Sobre esta matéria, as regras vão ser claramente bem definidas”, afirmou o PR.
O receio do Governo, refira-se, visa evitar a importação de novos casos da Covid-19, que podem concorrer para o colapso do Sistema Nacional de Saúde. Entretanto, o certo é que o negócio da aviação internacional está praticamente parado e várias companhias, incluindo Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), estão a acumular prejuízos.
Dados de Junho, colectados pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), indicam que, com o encerramento das fronteiras, os serviços de transporte aéreo internacional registaram uma queda em 85% da demanda interna por transporte aéreo de passageiros domésticos, o que fez com que o sector registasse perdas na ordem de 87% do volume de negócios, que corresponde a cerca de 658.7 milhões de Meticais.
Importa ainda referir que, devido aos efeitos da Covid-19, oito companhias estrangeiras viram-se obrigadas a cancelar seus voos a Moçambique. Trata-se da Transportadora Aérea de Angola (TAAG), Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), embora esta faça, de vez em quando, os voos de repatriamento, Kenya Airlines, Sourth African Airlink, Sourth Africa Airways, Ethiopian Airlines, Turkish Airlines e Qatar Airways.
O cancelamento de voos dessas companhias, sublinhe-se, representa uma grande quebra nas receitas da empresa pública Aeroportos de Moçambique. Para além das oito companhias, a crise pandémica levou à reprogramação do início de voos da Emirates Airlines para Agosto próximo, quando inicialmente estava previsto para Junho último. (Evaristo Chilingue)