Muita gente de férias, festas por todo o lado, e o calor abrasador fazem das praias um local concorrido. O ambientalista Carlos Serra afirma que, no geral, em Moçambique, um dos grandes problemas é a educação cívica, que tem de ser resolvida através de uma campanha permanente de sensibilização ambiental e orientação das pessoas para uma correcta gestão de resíduos.
A maior parte das pessoas meteu na cabeça que o problema do lixo nunca é seu, mas sim de terceiros, porque é assim como as pessoas estão habituadas; mesmo nas suas casas têm alguém que cuida do lixo; nas ruas é o município; no serviço é a mesma coisa; nas escolas há auxiliares para limparem, explica Serra. “Então há uma necessidade de se perceber o porquê de as pessoas não fazerem a sua parte”, disse, acrescentando que há sempre uma co-responsabilidade dos cidadãos.
Acontece também que nalgumas praias não existem locais próprios para o depósito de lixo, apelando-se nestes casos às autoridades para que providenciem os recipientes. Há que ressaltar que existem situações excepcionais (pela positiva), tal é o caso da Praia da Ponta do Ouro, hoje mais acessível por causa da estrada, com recipientes para resíduos sólidos ao longo da costa. “É um exemplo de praia limpa”, disse. Na Ponta do Ouro, os cidadãos, mesmo na ausência de baldes de lixo, conseguem gerir os seus resíduos colocando-os em plásticos e levando-os de volta às suas casas. Lamenta o caso da Costa do Sol, em Maputo, onde os poucos caixotes de lixo são destruídos pelos automobilistas, e o governo não possui um sistema de manutenção, tendo em conta que acidentes vão ocorrer sempre. (Marta Afonso)