Fechado ao tráfego desde 23 de Março passado, o Aeródromo de Mocímboa da Praia, norte de Cabo Delgado, já está a ser reabilitado, depois de ter sido parcialmente destruído por terroristas que semeiam luto, dor e destruição naquela província, há dois anos e meio.
“O Aeródromo já está a ser reabilitado há duas semanas”, disse semana finda, sem mais detalhes, uma fonte da “Carta”, ligada à empresa Aeroportos de Moçambique (ADM).
Crucial no embarque e desembarque de pessoas e mercadorias, o Aeródromo ficou paralisado por quase um mês após ser atacado por terroristas que se identificam com o Estado Islâmico, tendo deixado a infra-estrutura e alguns meios circulantes dos ADM destruídos.
Sem detalhes, ficamos sem saber quando a reabilitação deverá terminar e, por conseguinte, reabertura do aeródromo ao tráfego, bem como quanto a reabilitação custou à empresa pública que gere os aeroportos em Moçambique.
Lembre-se que o ataque ocorreu na madrugada da referida data, mas a destruição tornou-se pública na sexta-feira, 27 de Março, (quase uma semana depois), em vídeo feito pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) após escalar o local.
No vídeo, as forças mostram um veículo dos ADM, dupla cabine, marca Mahindra, totalmente destruído pelo fogo. Exibem também outro veículo da empresa, um mini-autocarro, Toyota, de 15 lugares que foi vandalizado e deixado com a porta aberta.
O filme mostra ainda que vários compartimentos do edifício (ou escritórios) do aeródromo ficaram totalmente destruídos pelo fogo atiçado pelos referidos insurgentes. Dois oficiais das FADM dizem, no vídeo, que o nível de destruição da infra-estrutura mostra um elevado poder bélico dos insurgentes.
“Esse foi o último cenário pelo qual passamos aqui na vila de Mocímboa da Praia. Como as imagens ilustram, não foi nada fácil. Verdadeiramente, os insurgentes vieram com tudo para acabar com essa nossa bela vila, vulgo Mocímboa da Praia. Trabalhamos no sentido de controlar tudo, mas os homens vieram com tudo. Aqui no Aeroporto, tentamos defender, mas eles usaram mesmo armas pesadas”, relatam os autores do vídeo, acompanhados por mais outros dois oficiais das FADM.
Refira-se que o ataque ao aeródromo aconteceu dois anos depois de reaberto ao tráfego, após uma reabilitação que custou aos ADM 24 milhões de Meticais. (Evaristo Chilingue)