As empresas de petróleo e gás que operam os projetos de Gas Natural Liquefeito (GNL) em Moçambique tentaram sabotar a Base Logística de Pemba porque queriam que ela fosse administrada por uma empresa americana, e não local, disse Omar Mithá, presidente da ENH, no seu briefing a jornalistas esta semana em Maputo.
Os operadores de GNL queriam que "empresas da Califórnia investissem aqui e que ficássemos sem nada", disse ele, citado pela Zitamar. Em 2015, o governo de Armando Guebuza decidiu que o equipamento para o projeto de liquefação em Palma, de bilhões de USD, deveria passar pela nova Base Logística de Pemba, controlada pela ENH Logistics (51%) e participada em 49% pela Orlean Invest, propriedade do bilionário ítalo-nigeriano, Gabriele Volpi. Mas a Anadarko mostrou-se relutante devido a alegados negócios duvidosos da Orlean na Itália e na Nigéria. A Anadarko alegou que, tendo em conta esses negócios, segundo a lei dos EUA, não poderia lidar com a Orlean.
A Base Logística de Pemba está agora pronta para receber navios e apoiar megaprojetos de gás na Bacia do Rovuma, disse Amad Valy, diretor executivo de Portos de Cabo Delgado (PCD), no mês passado. A PCD é uma joint venture entre a ENH e a CFM, empresa ferroviária e portuária estatal, que concedeu à ENHILS a concessão para gerenciar o porto, em 2014, sem concurso público. A PCD ainda não conseguiu nenhum contrato para o uso da base logística, mas está em negociações com as operadoras da Área 4, Exxon e ENI, disse Valy. (J.H.)