"A Perspetiva de Evolução Estável equilibra, na nossa visão, os riscos associados aos elevados défices gémeos [orçamental e de balança comercial] com as perspetivas de melhoria no crescimento económico nos próximos 12 meses, apoiadas pelos grandes investimentos na indústria extrativa", acrescenta-se na nota que acompanha a retirada do país do 'default'.
A Standard & Poor's (S&P) é a terceira das três grandes agências de 'rating' a retirar Moçambique desta categoria de análise da qualidade do crédito soberano, que na prática impedia que o país tivesse acesso a financiamento internacional, dado o risco percecionado pelos investidores estrangeiros.
"Esta melhoria reflete a resolução, dia 30 de outubro, da troca de títulos de dívida problemática", no seguimento do acordo alcançado com os credores, mediante o qual Moçambique troca os 726,5 milhões de dólares por novos títulos no valor de 900 milhões e aceita pagar uma taxa de juro maior, mas diferida no tempo.
"Ao abrigo do nosso critério, consideramos que existe um 'default' resolvido quando a troca é aceite, mesmo se os credores que não concordaram com o acordo continuam sem receber o valor em falta", argumenta a S&P, notando que "a partir desse ponto, definimos o ‘rating' soberano como a nossa avaliação relativamente à probabilidade de o país pagar a sua dívida no total e a tempo". (Lusa)