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quinta-feira, 15 agosto 2019 07:05

Banco de Moçambique reduz Taxas de Juro pela segunda vez consecutiva

Dois meses depois de o Banco de Moçambique (BM) ter reduzido a Taxa de Juro de Política Monetária, Taxa MIMO, em 100 pontos bases, passando de 14,25 por cento para 13,25 por cento, esta quarta-feira, o regulador do sistema financeiro decidiu reduzi-la, novamente, em 50 pontos base (pb), fixando-a nos 12,75 por cento.

 

A decisão foi tomada no final da quinta reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), na qual os Administradores do Banco Central decidiram também baixar as taxas de Facilidade Permanente de Depósitos e da Facilidade Permanente de Cedência, igualmente em 50 pontos bases, passando de 10,25 por cento para 9,75 por cento e de 16,25 por cento para 15,75 por cento, respectivamente. Entretanto, mais uma vez, o orientador e controlador das políticas monetária e cambial decidiu manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional e estrangeira, em 14 por cento e 36 por cento, respectivamente.

 

De acordo com o comunicado de imprensa enviado à nossa Redacção, o BM decidiu reduzir a taxa MIMO devido à “melhoria contínua” das perspectivas de inflação para o médio prazo, decorrente da “expectativa de menor pressão no mercado cambial, num cenário de procura agregada ainda aquém do seu potencial e de comportamento favorável dos preços internacionais do petróleo”. O BM sublinha ainda que a evolução recente da inflação anual do país “reforça as projecções de uma inflação baixa e estável no curto e médio prazos”. Em Julho, revela o Banco Central, a inflação situou-se em 2,16 por cento.

 

No que tange ao desempenho económico, o colectivo de Administradores do BM perspectiva uma desaceleração, em 2019, porém, seguida de uma recuperação gradual em 2020, mas que, entretanto, ainda estará abaixo do seu potencial. “Esta recuperação será estimulada, sobretudo, pelas actividades de reconstrução pós-desastres naturais e pela dinâmica decorrente da materialização dos projectos de gás natural na Bacia do Rovuma. Por outro lado, o recente Acordo de Paz poderá melhorar o clima de investimento e a actividade económica”, justifica o CPMO.

 

Entre as fontes de risco, segundo o CPMO, continuam os focos de instabilidade militar em Cabo Delgado, a sustentabilidade da dívida pública em face da necessidade de financiamento tanto do défice das eleições de 2019 como da reconstrução das infra-estruturas pós-desastres naturais e as incertezas em relação ao processo eleitoral.

 

De acordo com o Banco de Moçambique, a dívida pública interna contraída com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique continua a crescer, tendo saído de 131.547 milhões de meticais, em Junho, para 134.478 milhões de meticais, reflectindo a emissão de Obrigações do Tesouro em 3.787 milhões de meticais. “Os montantes não tomam em consideração outros valores da dívida pública interna, tais como contratos mútuos e de locação financeira, assim como responsabilidades em mora”, sublinha o Banco de Moçambique. (Carta)

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