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quinta-feira, 18 julho 2019 07:34

Ecos do CITA: As lições que ADM diz ter aprendido

A empresa Aeroportos de Moçambique (ADM) diz ter retirado várias licções da Conferência Internacional do Transporte Aéreo, Turismo e Carga Aérea que decorreu de segunda a quarta-feira findos (de 15 à 17 de julho corrente) na capital do país.

 

Com o objectivo de se criar um alinhamento dos sectores de transporte aéreo e turismo em Moçambique, bem como reflectir sobre qual o potencial de carga aérea produzida em Moçambique e que condições devem ser criadas para permitir e potenciar o transporte de carga aérea, o evento, segundo o PCA da ADM, serviu para a empresa retirar várias licções que, decerto, irá aproveitar para melhorar o seu sector.

 

 

Em jeito de resumo do evento, em que foram debatidos 17 temas sobre os dois sectores, Emanuel Chaves destacou que o transporte aéreo, tal como o turismo e a carga aérea podem ser usados como um instrumento de governação para alcançar um objectivo macro-económico, com destaque para a criação de emprego, daí a necessidade de maiores isentivos nessas áreas.

 

“Também ficou claro que o transporte aéreo e turismo são sectores muito relacionados, primeiro, por fazerem parte da mesma cadeia de valor, pois, para um turista deslocar-se de um ponto para outro para fins de lazer ou negócio, precisa de transporte. E, porque esperamos por pessoas que venham de muito longe de Moçambique, o transporte aéreo é o ideal, por ser mais rápido, seguro e permite fazer longas distâncias em pouco tempo”, disse Chaves.

 

Do primeiro evento sobre os referidos sectores, o PCA da ADM diz ter aprendido, igualmente, que os turistas permanecem muito tempo num certo destino, onde há conectividade entre diferentes pontos. Explicou que a conectividade entre diferentes destinos é um grande desafio em África e, principalmente em Moçambique.

 

Exemplificando, disse que se um turista for ao Distrito de Vilankulo, dificilmente pode chegar ao Parque Nacional de Gorongosa, devido as longas distâncias que irá percorrer por terra, por falta de ligação aérea.

 

Chaves constou ainda que as companhias aéreas iniciam rotas quando as mesmas forem actrativas e viáveis. Entretanto, observou que a identificação de novos destinos não é verdadeiramente missão das companhias, mas sim de aeroportos e instituições de turismo, entre outros, que reunindo trabalhos localizam os novos mercado e por fim propõem às empresas de aviação.

 

“Um dos exemplos aqui dado foi que com base em dados estatísticos, entre Maputo e Kwazulu Natal, na África Sul, há uma procura anual de cento e tal mil passageiros. Aqui, por conseguinte dá para vender esta rota a uma companhia aérea para fazer voos directos por serem mais rápidos e atractivos”, explicou o PCA.

 

Durante o resumo, Chaves destacou ainda o foco na identificação de maiores centros de proveniência de truístas para o país, com vista a poupar recursos no marketing turístico.

 

“Se identificamos China, foquemo-nos lá. Se forem dois países, melhor ainda, mas não querer abranger todo o mundo, porque os recursos são insuficientes”, acrescentou a fonte, que também reviveu, na conferência, a necessidade de intervenientes, quer públicos, quer privados, dos referidos sectores, interagir de modo a praticarem preços competitivos que atraiam mais turistas.

 

Durante o seu discurso, o PCA da ADM destacou, igualmente, a “boa-nova” trazida pelo representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), segundo a qual, a instituição tem linhas de financiamento para a reestruturação de frota e para outras sectores relacionados com o turismo e a carga aérea, pois, esses sectores fazem parte da estratégia da União Africana.

 

Segundo Chaves, na CITA ficou claro também que Moçambique tem grande potencial de exportação e importação de carga aérea, com destaque para a zona centro e norte. E, os produtos actuais que requerem o transporte aéreo são produtos agrícolas, mariscos e, minerais.

 

“Contudo, no país não há voos especializados a carga. O que acontece é o uso de voos mistos e, como consequência muito limitado e caro, e por isso necessária a redução de taxa”, observou tendo porém lembrado que há um trabalho entre o Governo e sector privado para o efeito.

 

Ainda sobre carga aérea, a fonte referiu que a produção da referida carga em Moçambique ainda é bastante fraca e, por isso apelou para a maximização da produção e produtividade de bens passíveis de transporte aéreo.

 

A encerrar o evento, o Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro afirmou que a conferência demonstrou ainda mais que em Moçambique há grandes desafios mormente a qualidade das poucas infra-estruturas que influem no alcance dos objectivos dos dois sectores.

 

Orçado em cerca de 180 mil USD, a conferência realizou-se sob o lema “Consolidação e Promoção da Relação Estratégica para o Desenvolvimento do Mercado de Transporte Aéreo, Turismo e Carga” e, conta com mais de 1000 participantes.

 

O evento foi co-organizado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações e pelo Ministério da Cultura e Turismo pela ADM em coordenação com o Instituto Nacional do Turismo (INATUR), Agência Para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), e Mozaico do Índico. (Evaristo Chilingue)

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