Dos 3.2 biliões de USD necessários para a reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth, os parceiros de cooperação do governo garantiram, durante a Conferência Internacional dos Doadores, que decorreu entre sexta-feira e sábado passados, na cidade da Beira, província de Sofala, apenas 1.2 bilião de USD.
De acordo com o jornal “O país”, do valor garantido, a maior fatia é proveniente do Banco Mundial, que irá desembolsar 470 milhões de USD, dos quais 350 milhões aprovados e 120 milhões já estão disponíveis, no país, em diferentes projectos financiados por aquela instituição financeira.
Por sua vez, a União Europeia garante despender 200 milhões de Euros, sendo 100 milhões provenientes da Comissão Europeia e o remanescente do Banco Central Europeu.
Do total garantido por parceiros, consta também o crédito anunciado e já aprovado pelo Fundo Monetário Internacional, avaliado em 118 milhões de USD.
O Banco Africano de Desenvolvimento garante um total de 95 milhões de USD, dos quais 50 milhões destinados ao sector meteorológico e 45 milhões para a recuperação económica.
Na Conferência, a União Africana comprometeu-se a comparticipar com 28 milhões de USD, dos quais 2 milhões são da Guiné-Equatorial.
Por seu turno, o Reino Unido garante contribuir para reconstrução pós-ciclones com 48 milhões de USD. A rede Aga Kan, uma organização filantrópica, prometeu financiar a causa em 18 milhões de USD, sendo 8 milhões a serem desembolsados ainda este ano e o resto, em 2020.
Para além de instituições financeiras e organizações políticas, houve também, na Conferência, a garantia de países, tendo-se destacado o Japão que vai reorientar os 150 milhões de USD anuais para a reconstrução das zonas afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth. Os Estados Unidos da América garantem desembolsar 100 milhões de USD.
A Alemanha garantiu providenciar 23 milhões de Euros. Os Reinos da Suécia e Noruega garantem comparticipar com 25.5 milhões de USD e 25 milhões de USD, respectivamente.
O Reino dos Países Baixos assegurou, na Conferência, gastar um total de 16 milhões de USD, dos quais 5 milhões para Beira, 7 milhões para a agricultura e 4 milhões para a protecção social. Está ainda a avaliar um fundo adicional.
A Espanha vai ajudar também na reconstrução pós-calamidades, em 11 milhões de Euros, Bélgica com 9 milhões de Euros e a Austrália vai providenciar 6.5 milhões de Euros em donativos e 20 milhões de Euros em empréstimos concessionais.
O Canadá vai prover 7 milhões de USD. A Itália vai desembolsar um total de 5.6 milhões de USD, sendo 3.4 milhões para a recuperação do Parque das Quirimbas e Ibo. 2.2 milhões de USD de doação aos hospitais e garantiu ajuda adicional por definir, após relatórios do Banco Mundial.
No evento, a França não anunciou o valor, mas prometeu ajuda na reconstrução, bem como Portugal que não tem ajuda adicional, senão focalizar o pacote de cooperação já estabelecido, de 200 milhões de Euros para acções nas áreas afectadas.
Falando, esta segunda-feira, à “Carta”, o Director Executivo do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones, Francisco Pereira, disse que o valor é satisfatório, visto que a angariação do total (3.2 biliões de USD) de necessidades é de médio e longo prazos, entre cinco a sete anos.
Segundo a fonte, não se sabe ao certo quando é que os parceiros irão desembolsar o valor, senão terem prometido para o mais rápido possível. (Evaristo Chilingue)