Salim Valá, que falava no decurso do Workshop subordinado ao tema “Mercado de Capitais como Fonte Alternativa de Financiamento”, promovido pelo Standard Bank e realizado na sua “Incubadora” em Maputo, enfatizou que tornar a Bolsa de Valores mais relevante para a economia moçambicana vai exigir mudanças paradigmáticas no sistema financeiro, e isso requer decisões corajosas e ousadas, acção coordenada entre os vários intervenientes no mercado de capitais.
O orador falava para uma plateia constituída por cerca de 60 representantes de empresas clientes do Standard Bank e outros parceiros institucionais. Ele referiu que a BVM não encara os bancos comerciais como seus concorrentes mas, sendo parte deles operadores de bolsa e funcionando como Operadores Especializados em Obrigações de Tesouro, fazem parte da constelação de instituições que corporizam o ecossistema do mercado de capitais no país e são a verdadeira e efectiva força de vendas da Bolsa.
Num outro desenvolvimento, Valá apontou que com uma capitalização bolsista de 90.605.38 milhões de Mts, representando cerca de 9 por cento do PIB, e com apenas oito empresas cotadas no mercado bolsista, não há como relaxar e reduzir a marcha mas, pelo contrário, é vital acelerar o ritmo para quebrar o tabu que advoga que as Bolsa de Valores são apenas para grandes empresas, especialistas na área monetária e financeira, elites urbanas ou gente endinheirada.
O PCA da BVM afirmou ainda que, no horizonte dos próximos 15-20 anos, o mercado de capitais poderá ser a principal fonte de financiamento das empresas pois os requisitos para a admissão das empresas em bolsa não são “um bicho de sete cabeças” como muitas vezes se pensa.“Tudo está sendo feito para que, no futuro, a BVM seja o efectivo termómetro que mensura o ambiente de negócio e as tendências da nossa economia em Moçambique”, finalizou Salim Valá. (Carta)