O balanço preliminar do impacto do Ciclone IDAI, no tecido empresarial instalado na zona centro do país, feito pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), reporta um prejuízo total de 144,77 milhões de USD, referentes a danos nas infra-estruturas, equipamentos e mercadorias, das 692 empresas até agora visitadas.
Dados publicados, esta quinta-feira (09 de Maio), pela agremiação, durante a segunda edição do “Briefing Económico”, que teve lugar em Maputo, indicam que, do valor total, 24.77 por cento corresponde ao prejuízo reportado no sector da indústria, 20.28 por cento no agro-negócio, 19.71 por cento no comércio, 12.74 por cento para o sector de transporte e logística, 7.97 por cento na prestação de serviços, 4.69 por cento na pesca, 4.48 por cento no ramo da construção civil, 4.15 por cento na hotelaria e restauração, 1.04 por cento para o sector de avicultura e, por fim, 0.17 por cento para panificação.
Em termos de impacto por dimensão das empresas, do total de 144,77 milhões de USD, 85.13 por cento corresponde a prejuízos reportados nas grandes empresas, 30.12 por cento nas médias, 9.59 por cento nas pequenas e 19.94 por cento em não especificadas.
Apresentado pelo Director Executivo da CTA, Eduardo Sengo, o informe explica que das 692 empresas visitadas, 508 empresas estão instaladas na província de Sofala (a mais afectada pelo ciclone), 126 em Manica, 39 em Tete e 19 na província da Zambézia.
Para além dos prejuízos, o balanço preliminar da CTA traz também as estimativas de perdas das empresas até agora inquiridas após o ciclone IDAI, avaliadas em 404.5 milhões de USD. As perdas dizem respeito às alterações de fluxos económicos por danos causados pela calamidade no sector privado. Do total estimado, 395.8 milhões de USD são referentes às grandes empresas, 5,9 milhões para as médias empresas e 2.8 milhões de USD para as pequenas.
“As perdas estimadas são referentes a Sofala, província que mais sofreu danos, 98 por cento dos danos reportados em toda a região centro”, sublinhou Sengo.
Relativamente ao impacto do ciclone no emprego, o balanço conclui que nas 692 empresas visitadas, 17.955 postos estão em risco, com maior enfoque para as pequenas empresas dos sectores de panificação, avicultura, hotelaria e restauração e agro-negócio, que contêm 2.165 mil postos, colocando numa situação de vulnerabilidade cerca de 8.620 pessoas.
Quanto ao impacto macroeconómico, no informe estima-se uma perda no crescimento do Produto Interno Bruto Real, em 2019, entre 0.5 e 2.9 pontos percentuais, dos 4.7 por cento, que foram projectados.
Para atenuar os efeitos do ciclone e propiciar a recuperação da actividade económica, a CTA recomenda a disponibilização de linhas de financiamento a taxas de juros bonificadas com requisitos simplificados, bem como a suspensão e redução do pagamento de todos os encargos fiscais. (Evaristo Chilingue)