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O Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), lançou esta quinta-feira (13), em Maputo, o Projecto MOVE Maputo, um esforço metropolitano entre os municípios de Maputo, Matola, Boane e Distrito de Marracuene.
Apresentado pelo Ministro do pelouro, Mateus Magala, o Projecto MOVE Maputo visa responder aos desafios relacionados à falta de transporte do grande Maputo, através da implementação de um sistema de BRT (Bus Rapid Transit, ou seja, autocarros de rápido trânsito), que para além de melhorar a infra-estrutura para os cidadãos, também garantirá um melhor serviço para todos.
Segundo Magala, o sistema BRT, implementado com sucesso, em mais de 300 cidades no mundo, prevê faixas exclusivas para autocarros de transporte público, sendo uma alternativa acessível e rápida, para resolver muitos dos nossos problemas de transporte.
“O nosso futuro BRT será inicialmente constituído por serviços no corredor Baixa-Magoanine -Zimpeto-Matola Gare beneficiando mais de 124 mil passageiros. Os bairros abrangidos passarão a ter estradas de acesso mais seguras e resilientes, incluindo iluminação e passeios renovados, percursos pedonais, ciclovias, estradas asfaltadas e sistemas de drenagem das águas”, afirmou o Ministro.
Para além da componente de infra-estruturas, o governante sublinhou que este projecto prevê a possibilidade de adquirir 120 autocarros que representam uma oferta de 124,000 passageiros por dia, numa altura em que a Área Metropolitana de Maputo, com cerca de 3 milhões de habitantes, detém ao nível do país os municípios de Maputo com maior densidade populacional, Matola com maior número de habitantes e Boane com maior área, para além de concentrar mais de 70% do parque automóvel de todo o país.
Segundo Magala, nos últimos tempos, o sector de transporte urbano de passageiros apresenta muitos desafios, nomeadamente, a fraca malha viária e baixa conectividade, deficiente coordenação institucional, muita informatização dos operadores, financiamento insustentável, facto que resulta na baixa oferta e qualidade dos serviços fornecidos. Nesse contexto, o Ministro afirmou que o BRT a ser instalado apresenta inúmeras vantagens como redução do tempo de viagem, descongestionamento do tráfego rodoviário, segurança rodoviária e redução de poluição ambiental
“O Projecto MOVE Maputo integra os operadores do transporte público existentes. Assim, para assegurar transporte de qualidade e gestão profissional e formal, os operadores vão beneficiar de formação em matérias de licenciamento dos seus empreendimentos, planificação, financiamento, gestão, aprovisionamento, manutenção e mobilidade urbana”, afirmou Magala.
Na ocasião, o governante fez saber que, ao nível institucional, o MTC, a Agência Metropolitana dos Transportes de Maputo, o Fundo dos Transportes e Comunicações e os Municípios vão beneficiar do fortalecimento da sua capacidade institucional, através da melhoria da gestão, planificação, bem como dotação em conhecimentos e competências sobre os marcos regulatórios e institucionais, digitalização de serviços e financiamento para a mobilidade.
Na componente operacional, Magala disse que as cooperativas e operadores privados beneficiarão de melhores regulamentos e apoio em programas de assistência técnica. No geral, as cooperativas e associações irão ver fortalecida a sua capacidade de gestão de contratos e da legalização ou licenciamento das suas actividades.
“Estamos cientes que, durante a execução das obras, haverá condicionamento na circulação que poderá afectar os operadores, utentes, parqueamento, comércios, etc. Para a mitigação de tais impactos, serão organizadas sessões informativas e de consulta com as partes directamente afectadas. Também desenvolvemos um Mecanismo de Diálogo e Reclamações através do qual todos terão a oportunidade de participar activamente, interagir e contribuir com sugestões”, sublinhou o Ministro.
No evento presenciado por gestores dos referidos municípios e operadores de transporte semi-colectivo de passageiros, Magala garantiu que a meta consiste em assegurar que o sistema esteja totalmente operacional e capaz de oferecer serviços de qualidade, conforme o planificado, até Julho de 2026, isto é, dentro de três anos ou menos. Este Projecto é financiado por um donativo de 250 milhões de USD, disponibilizados pelo Banco Mundial. (Evaristo Chilingue)
