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terça-feira, 07 fevereiro 2023 07:19

Comboio volta a ligar Moçambique e Malawi quase 40 anos depois

combois linha min

O comboio voltou a apitar na linha férrea Dona Ana/Vila Nova da Fronteira, troço responsável pela ligação ferroviária entre Moçambique e Malawi, 37 anos depois. O primeiro comboio partiu do Porto da Beira na última sexta-feira (03), carregado de cimento para a reabilitação da linha férrea da parte do Malawi.

 

A circulação do comboio acontece após o fim da reconstrução da infra-estrutura, do lado de Moçambique, numa extensão de cerca de 44.6 km, cujas obras arrancaram em Maio de 2021, inauguradas pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

 

Em entrevista telefónica à “Carta”, o Director de Comunicação na empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Adélio Dias, explicou que a reconstrução da linha férrea custou à empresa 30 milhões de USD (fundos próprios) e a obra foi executada igualmente por técnicos dos CFM.

 

A fonte explicou ainda que a reabilitação ocorreu no âmbito de um memorando de entendimento entre os CFM e a congénere do Malawi, a Malawi Railways. Desse memorando, os CFM comprometeram-se a reconstruir 44.6 km e o Malawi garantiu reabilitar 71 quilómetros, entre Vila Nova da Fronteira-Sangue e Sangue-Bangula do lado de Malawi.

 

Segundo Dias, o acordo assinado entre as empresas visa permitir a circulação de comboios comerciais, bem como de comboios de passageiros, partindo do Porto da Beira até ao vizinho Malawi, e vice-versa.

 

Entretanto, a nossa fonte sublinhou que do lado de Malawi as obras ainda decorrem. Acrescentou que o cimento transportado pelo comboio que partiu do Porto da Beira na última sexta-feira visa mesmo auxiliar a congénere na reconstrução da infra-estrutura.

 

Malawi vai utilizar a linha férrea para, de entre vários objectivos, exportar o açúcar para o mercado europeu, através do Porto da Beira. Na segunda fase, aquele país promete estabelecer comunicação ferroviária Beira-Lilongwe, decorrendo actualmente a mobilização de fundos junto dos seus tradicionais parceiros de cooperação internacional.

 

Nessa altura, poderá ser reactivado, igualmente, o transporte de passageiros, que foi paralisado há longas décadas, sobretudo pela guerra civil de 16 anos em Moçambique, facto que acentuou a degradação daquela importante ferrovia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). (Evaristo Chilingue)

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