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quarta-feira, 14 dezembro 2022 08:16

Retoma da hotelaria e restauração influencia crescimento da economia no III trimestre

O relaxamento de medidas de prevenção e contenção da Covid-19 no país já está a ter efeitos positivos no sector da hotelaria e restauração. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, no terceiro trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,6%, influenciado principalmente pelos ramos de hotéis e restaurantes (13,32%), indústria extractiva (8,81%) e transportes, armazenagem, informação e comunicações (7,14%).

 

Entretanto, o crescimento registado foi 1% abaixo do verificado no trimestre anterior (4,5%). Para o Banco de Moçambique, a desaceleração reflectiu a contracção observada no sector secundário (com destaque para o ramo de electricidade), num contexto em que os preços das commodities de exportação se mantiveram favoráveis e tiveram impacto na melhoria da procura externa, evidenciada, sobretudo, pelo desempenho alcançado pela indústria extractiva.

 

Informações constantes no relatório “Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação”, publicada recentemente pelo Banco Central, detalham que em termos de componentes da procura agregada destaca-se, para o bom desempenho do PIB, o aumento assinalável das exportações, perante a manutenção em níveis elevados dos preços das principais mercadorias, verificada até Setembro. “No período em referência, o valor das exportações de bens aumentou face ao período homólogo do ano anterior, em USD 2.455 milhões, dos quais 80% correspondem às exportações realizadas pelos grandes projectos, num contexto em que as importações continuam a ser basicamente justificadas pela entrada da Plataforma Flutuante do Projecto Coral Sul. A nível de produtos, destacam-se com maior crescimento os minerais, o alumínio e o gás natural”, lê-se no relatório do Banco Central.

 

No curto prazo, o Banco de Moçambique diz que se mantêm as perspectivas de recuperação da actividade económica. Espera-se que a execução de projectos energéticos estruturantes no país e o apoio directo ao Orçamento no âmbito do programa com o Fundo Monetário Internacional concorram para o crescimento do PIB. Refira-se que, em Novembro de 2022, o país iniciou a exportação de gás natural liquefeito a partir da bacia do Rovuma.

 

Do lado externo, a instituição perspectiva, a curto prazo, que as exportações continuem a crescer, favorecidas pela maior procura por produtos energéticos e pelos preços das commodities no mercado internacional que, apesar de tenderem a estabilizar, continuam elevados. Entretanto, espera-se que a actividade económica prevaleça abaixo do seu potencial, perspectivas que estão em linha com a evolução do índice de produção industrial. (Evaristo Chilingue)

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