Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
sexta-feira, 09 dezembro 2022 07:44

“Patrões” preocupados com impacto da TSU nas discussões do salário mínimo para 2023

Os empresários mostraram nesta quinta-feira (08), em Maputo, preocupação sobre o impacto que a Tabela Salarial Única (TSU) terá no reajuste do salário mínimo para o ano de 2023. A preocupação foi manifestada pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), no fim da sua 33ª sessão ordinária da Assembleia Geral. 

 

“Os membros manifestaram preocupação sobre o potencial impacto da Tabela Salarial Única nas negociações do salário mínimo”, disse o Presidente da Mesa de Assembleia, da CTA, Jorge Fernandes. 

 

A preocupação dos patrões surge do facto de o Governo, no âmbito da reforma salarial através da TSU, ter aumentado o salário mínimo a ser aplicado no país, de 4.750 Meticais para 8.750 Meticais. Com isso, em negociações para o reajuste do salário mínimo para 2023, irá defender que o sector privado também aumente o ordenado mais baixo para os referidos 8.750 Meticais, valor que é muito elevado para alguns patrões. 

 

“Normalmente, no mundo da empregabilidade, é comum que se há aumento de um lado [sector público], automaticamente há aumento noutro [sector privado]. Por causa disso, já estamos a fazer reflexões sobre isso”, disse Fernandes. 

 

Falando à imprensa, o Presidente da Mesa de Assembleia da CTA disse ainda que, durante a 33ª sessão, os membros manifestaram insatisfação com o formato concreto do conteúdo final do Pacote Fiscal, pois, na sua opinião, “foge do espírito de estímulo à economia”. 

 

“Os membros mostraram-se igualmente preocupados com a nova proposta da Lei do Caju que introduz uma taxação sobre a película da amêndoa, o que irá encarecer o produto e reduzir a competitividade. Actualmente existem 19 fábricas de castanha de caju, mas menos de quatro estão a funcionar. Os membros recomendaram a direcção da CTA para continuar a dialogar com o Governo e mostrar esta preocupação”, acrescentou Fernandes. 

 

Durante a 33ª sessão da Assembleia Geral, os membros aprovaram o plano de actividades e orçamento para 2023. O plano tem como objectivos principais aumentar a produtividade do diálogo público-privado, aprofundar o desenvolvimento institucional da CTA, assegurar a competitividade do sector empresarial privado moçambicano e fortalecer as parcerias internas e externas. 

 

Em 2023, a CTA prevê ainda prosseguir com a avaliação da qualidade dos serviços prestados pelo Estado e pelos profissionais do Balcão de Atendimento Único (BAÚ), visando adoptar mecanismos de melhoria de qualidade dos mesmos em todas as capitais provinciais. 

 

“Portanto em 2023, iremos prosseguir com a monitoria das acções que constam do Pacote de Aceleração Económica (PAE) através de emissão de pareceres do sector privado que possibilitem a implementação eficaz destas medidas para que surtam o efeito desejado que é a aceleração da economia”, concluiu o Presidente da Mesa de Assembleia da CTA. (Evaristo Chilingue)

Sir Motors

Ler 3721 vezes