Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quinta-feira, 03 novembro 2022 07:40

FMI diz que gás do Rovuma vai catapultar o país nos próximos meses

FMIFRONT

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou esta quarta-feira (02), em Maputo, boas perspectivas de crescimento económico a médio prazo (entre três a seis meses), mercê de vários factores, com destaque para exportação do gás natural explorado na Bacia do Rovuma.

 

As perspectivas foram apresentadas pelo Representante do FMI, em Moçambique, Alexis Meyer-Cirkel num evento organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

 

Segundo Meyer-Cirkel, apesar do impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e a insegurança na província de Cabo Delgado, a economia de Moçambique mostra um desempenho positivo. Justificou lembrando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no primeiro semestre em 4,5%, devido à campanha de vacinação contra a Covid-19, valorização dos preços das commodities, como é o caso do carvão mineral, com a crise energética na Europa.

 

Com esse desempenho, o Representante do FMI assinalou que as perspectivas a médio prazo são também positivas graças à exportação do gás do Rovuma, entre outros factores. “Os cenários actuais são bons e as perspectivas são melhores. A médio prazo, as nossas projecções prevêem um crescimento médio acima de 5%. Estas projecções reflectem o início das exportações de gás natural liquefeito da plataforma Flutuante [Coral Sul FLNG], bem como a esperada retoma do projecto de investimento na península de Afungi pela Total”, disse Meyer-Cirkel.

 

Para além dos projectos de gás natural, o Representante do FMI em Moçambique acrescentou que o crescimento esperado reflecte também a prudência na gestão macroeconómica, bem como a esperada queda contínua do endividamento público com o retorno dos financiamentos directos ao Orçamento do Estado do FMI e do Banco Mundial, que melhorou a imagem do país nos mercados internacionais.

 

“Em contexto de melhoria de boas expectativas, os agentes económicos poderão acelerar mais a produção. No entanto, é importante navegar com muita cautela”, alertou Meyer-Cirkel aos empresários presentes.

 

Para que aquelas perspectivas se materializem, o Representante do FMI em Moçambique apela ao Governo para a gestão fiscal e macroeconómica, com objectivos claros de médio prazo e reformas estruturais, como a aprovação e implementação de uma Lei de Fundo Soberano, as reformas de remuneração do sector público, bem como a revisão da Lei de Probidade Pública. (Evaristo Chilingue)

Sir Motors

Ler 1758 vezes