O Banco de Moçambique demonstrou, semana finda, quão cara é a importação de combustíveis líquidos para o país nos últimos seis meses. Em briefing a jornalistas, o Director do Gabinete de Comunicação e Imagem da instituição, Emílio Rungo, apontou que, entre Janeiro e Maio de 2022, a factura de importação de combustíveis foi de 368 milhões de USD, contra 240 milhões em igual período de 2021, o que representa um aumento de 128 milhões de USD.
O incremento do valor de importação de combustíveis deve-se à crise internacional no sector, motivada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Por consequência da crise, a comparticipação do Banco de Moçambique na factura elevou-se no período em análise.
Se de Janeiro a Maio passados, o Banco Central comparticipou na factura total, com 201 milhões de USD, contra 126 milhões de USD de comparticipação em igual período de 2021, com base nesses valores, a comparticipação cresceu em 75 milhões de USD.
Entretanto, dados mais actualizados da Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) indicam que, antes da crise, a factura mensal era de 60 a 80 milhões de USD, mas, ultimamente, o país precisa de 200 milhões de USD mensais para importação de vários combustíveis líquidos para o consumo nacional. Por outras palavras, a factura de importação de combustíveis (principal factor do custo de vida no país) quadruplicou em Moçambique.
Por efeito da crise, a IMOPETRO decidiu reduzir a quantidade e período de importação de combustíveis por causa da escassez dos produtos petrolíferos no mercado internacional.
Geralmente, a IMOPETRO importa combustíveis de seis em seis meses. Nessa lógica, no primeiro semestre deste ano, a instituição importará 1,190,000 Toneladas Métricas (TM) de diversos combustíveis líquidos para todo o país, quantidades que irão cobrir o mês de Julho também.
Entretanto, num anúncio publicado a 31 de Maio passado, no qual busca um novo fornecedor, a IMOPETRO convida concorrentes elegíveis a apresentar propostas seladas para o fornecimento de aproximadamente 575,000 TM, uma redução em 50% dos combustíveis a serem importados e que cobrirão três meses, de Agosto a Outubro. Entretanto, a entidade frisa que este facto não irá comprometer o normal abastecimento de combustíveis no país. (Evaristo Chilingue)