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quarta-feira, 13 julho 2022 06:20

Taxistas querem aumento do preço de viagem em Maputo

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A  Associação de Taxistas de Maputo (ATAXCIMA) defendeu ontem uma subida do preço de viagem na capital para assegurar a sobrevivência da atividade perante o agravamento do custo dos combustíveis.

 

“Temos mesmo de aumentar a tarifa, estamos a cobrar 100 meticais [1,56 euros] por quilómetro, desde 2015, e com o aumento sucessivo dos [preços dos] combustíveis, não temos como não aumentar”, disse à Lusa Luís Mondlane, presidente da Ataxcima.

 

Mondlane adiantou que os taxistas pretendem um incremento de 50% sobre o custo por quilómetro, passando a cobrar 150 meticais (2,34 euros). Os operadores, prosseguiu, vão levar as propostas às autoridades do município de Maputo, visando a sua aprovação pela assembleia municipal, entidade que legalmente tem a última palavra sobre a matéria.

 

Assinalou que o incremento será inevitável, mesmo que as autoridades municipais não se pronunciem em torno da proposta. “Vamos ter de arrancar com uma posição de uma nova tarifa, porque estamos a trabalhar para aquecer, como se diz na gíria popular”, declarou Luís Mondlane.

 

A atual tarifa também resultou de um aumento unilateral dos taxistas, em 2015, perante o silêncio das autoridades municipais em relação à proposta dos transportadores, esclareceu. Além dos novos preços dos combustíveis, os operadores de táxi têm de pagar custos de manutenção e impostos, num contexto de baixa utilização, devido à pandemia de covid-19. Por outro lado, os taxistas queixam-se da concorrência de operadores no setor com base em aplicações móveis.

 

O presidente da ATAXCIMA defendeu que o setor não pede incentivos às autoridades, mas apenas que a tarifa acompanhe o agravamento dos custos. Luís Mondlane assegurou que as dificuldades financeiras que o transporte de táxi atravessa em Maputo são comuns aos operadores do ramo noutras cidades moçambicanas. A ATAXCIMA congrega 250 operadores de táxi dos 850 licenciados na cidade de Maputo.

 

O vereador da área de mobilidade, transporte e trânsito de Maputo, José Nichols, disse à Lusa que a autarquia vai reunir-se com os taxistas para uma discussão sobre o aumento da tarifa. “Com as últimas atualizações dos preços dos combustíveis, houve uma aproximação verbal com os taxistas e nós concordamos em reunirmo-nos para trabalhar a proposta que deve ir à assembleia municipal”, afirmou Nichols.

 

Enquanto não houver um acordo sobre o reajuste da tarifa, os taxistas podem atenuar os custos através de margens de lucro obtidas em negociações diretas com os clientes, porque, acima do preço-base por quilómetro de viagem, o mercado está liberalizado, explicou.

 

Às queixas dos taxistas juntam-se a outras: as cidades moçambicanas têm conhecido nas últimas semanas protestos de transportadores coletivos de passageiros, com paralisações espontâneas, devido ao agravamento dos preços dos combustíveis, porque novas tarifas dependem da autorização das autoridades.

 

“Estamos em negociações com o Governo e não são negociações fáceis”, afirmou, no final da última semana, o presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane. (Lusa)

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