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Uma parte dos trabalhadores da mineira indiana Vulcan, que opera as minas de carvão de Moatize, no centro de Moçambique, regressou ao trabalho após mais de uma semana em greve, disse ontem à Lusa fonte sindical, sem avançar números.
“Uma parte dos funcionários já está a trabalhar”, disse Fernando Raice, secretário provincial do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Construção, Madeiras e Minas.
Os cerca de 350 trabalhadores paralisaram as atividades no dia 11, exigindo indemnizações decorrentes da venda das minas pela brasileira Vale à Vulcan, mas a empresa esclareceu num encontro na sexta-feira que a mudança de acionistas das minas (mudança dos proprietários) “não dá espaço para qualquer indemnização ou qualquer tipo de abono”, uma vez que os postos de trabalho, respetivas condições e relações laborais mantém-se – ou seja, não há cessação de vínculos, nem nenhuma nova contratação, que possa suscitar créditos a favor dos funcionários.
Numa nota enviada ontem à comunicação social, a Vulcan refere que foi aberto um balcão de atendimento para a “busca de soluções individuais para cada trabalhador”, referindo que se mantém disponível para “esclarecer quaisquer dúvidas”.
A Vulcan manifesta o desejo de “manter a família unida” para “levar a empresa avante”, admitindo, entretanto, que “uma parte dos trabalhadores poderá não ter ficado satisfeita” com as respostas dadas no encontro, mas reitera o compromisso de manter os postos e condições de trabalho.
“Foi instalada uma mesa onde os trabalhadores podem registar os seus nomes e depois a empresa verá que procedimentos seguir. Alguns já foram lá deixar os nomes” para provavelmente rescindir o contrato, referiu Raice.
No final de abril, a Vale anunciou ter concluído a operação de venda de ativos na exploração de carvão em Moçambique à indiana Vulcan Minerals, um negócio de 270 milhões de dólares (253 milhões de euros).
“A Vale comunica que concluiu no dia 25 de abril de 2022 o processo de transmissão responsável da operação de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala para a Vulcan Resources, com base no acordo vinculativo da venda de ativos”, anunciado em dezembro, referiu a Vale Moçambique, numa nota à comunicação social.
A Vulcan é uma empresa privada indiana que faz parte do Jindal Group, com um valor de mercado de 18 mil milhões de dólares (16,8 mil milhões de euros), e que já está presente em Moçambique, operando a mina Chirodzi, localizada também na região de Tete. (Lusa)
