A falta de fundos é apontada como a principal dificuldade que Moçambique enfrenta no combate à tuberculose. O facto é revelado pelo Movimento Contra Tuberculose (MCT), uma organização constituída por antigos doentes de tuberculose e que se dedica ao rastreio de novos casos da doença e à sensibilização das comunidades em torno dos efeitos da doença.
Falando a jornalistas esta quarta-feira, em Maputo, no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra Tuberculose, que se assinala esta quinta-feira, o Director-Geral do MCT, Eugénio Juliasse, afirmou que, pelas limitações financeiras, a sua organização, por exemplo, acaba limitando as suas acções ao Município da Matola, na província de Maputo.
Segundo Eugénio Juliasse, para garantir o pleno funcionamento, o MCT necessita, por ano, de pelo menos 150 mil USD, porém, o orçamento actual está fixado em 82.600,00 USD, o que dificulta a expansão das actividades da organização.
A fonte sublinha, no entanto, que em 2018 líderes mundiais comprometeram-se, numa reunião de alto nível, em investir anualmente 13 mil milhões de USD para o combate à doença, mas, até ao momento, apenas disponibilizaram 40% do valor necessário. No referido encontro, os Chefes de Estado e do Governo de todos os países do mundo comprometeram-se também a diagnosticar e tratar 40 milhões de pessoas até 2022. A meta é erradicar a doença até 2030.
Segundo o MCT, o governo moçambicano também se comprometeu a investir na erradicação da doença, facto que tem vindo a cumprir. Revela que, de 2013 a 2020, Moçambique registou avanços na notificação de casos, tendo passado de 53.585 para 97.091. casos por ano.
No entanto, a organização sublinha que o país está entre os 14 países mais afectados pela doença, tendo uma prevalência de 361 casos em cada 100 mil habitantes, o que equivale a 110 mil casos por ano.
“O aumento do rastreio, diagnóstico e tratamento da doença são, para o Movimento Contra Tuberculose, componentes que devem ser reforçados no quadro desta luta”, defende a fonte, assegurando que, dentro das suas acções, rastreou, em 2021, 133 novos casos da doença.
Refira-se que a tuberculose é um dos principais problemas de saúde pública em Moçambique (tal como a Malária e o HIV/SIDA), sendo actualmente a principal causa de morte por doença infecciosa. (Carta)